A um ano da paralimpíada, Rio tem desafios para tornar cidade acessível

A um ano da paralimpíada, Rio tem desafios para tornar cidade acessível

Por Agência Brasil

Publicado em 08/09/2015, às 10h52

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A um ano da Paralimpíada de 2016, o Rio de Janeiro tem desafios para tornar a cidade acessível aos 4.350 atletas com deficiência, de 178 países, que virão competir, aos turistas e aos cariocas. Entre os principais problemas, estão a ausência de quartos adaptados em hotéis três estrelas, que são mais baratos, a dificuldade na mobilidade urbana, a baixa acessibilidade em cartões-postais, como o Cristo Redentor, e nas praias da cidade, como Copacabana.

Uma barreira que pode prejudicar a abertura da Olimpíada e da Paralimpíada é o acesso ao Estádio Jornalista Mário Filho/Maracanã. O local será palco das cerimônias de abertura e encerramento, mas precisa facilitar a entrada e saída de pessoas. A rampa que liga o metrô ao estádio tem uma inclinação acentuada, o que a torna arriscada para cadeirantes e pessoas com baixa mobilidade. O problema foi identificado na Copa do Mundo de 2014, quando uma passagem provisória foi instalada, mas para o ano que vem não há nada confirmado.

“O cadeirante, sozinho, não consegue subir nem descer a rampa no Maracanã”, disse Leonardo Tavares Martins, cadeirante, que esteve no estádio durante os jogos do Mundial. “Descer ainda é mais fácil, mas para subir, precisa de ajuda, mesmo no meu caso, que me julgo safo”, explicou Leonardo, habituado ao local. Em 2014, além dos jogos no Maracanã, ele viajou a Fortaleza para ver partidas da Copa. No ano que vem, ele pretende prestigiar os atletas que virão para as competições.

A deputada e cadeirante Tânia Rodrigues (PDT), que coordena, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), levantamento sobre acessibilidade, confirma os problemas no Maracanã. “Essa rampa é fora de qualquer inclinação aceitável para uma pessoa dita normal”, acrescenta. Ela cobra que a cidade melhore a acessibilidade aos locais de provas, incluindo a mobilidade, e aos pontos turísticos.

“Os atletas e as comissões técnicas têm horas de folga e lazer não vão ficar confinados no hotel e na Vila Olímpica [residência oficial]”, destacou a parlamentar que pretende entregar o levantamento à prefeitura e ao governo do estado até o fim do ano.

Para as competições paralímpicas, todas as instalações são adaptadas, conforme recomendação das organizações internacionais, explica Tânia, que esteve em três Paralimpíadas e nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, na qual o Brasil obteve recorde de medalhas.
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