Fato. A ideia de transformar o futebol brasileiro em europeu - ao optar em 2003 pela fórmula dos pontos corridos - não deu certo. A televisão (Globo) se desespera com o baixíssimo índicie de audiência nas transmissões das partidas; os clubes se queixam das arquibancadas, quase sempre, vazias; e os torcedores, consumidores do produto futebol, se queixam da falta de emoção e criatividade. Em síntese: "não emplacou".

E por que não emplacou? Boa pergunta. Arrisco responder com a perspectiva de torcedor: "faltou emoção". Observar uma equipe ser campeã com cinco rodadas de antecipação não anima. Iniciar o campeonato sabendo quem vai estar no topo e na parte de baixo da tabela tira o tesão. Meu declínio é pelo mata-mata.

Gosto da fase de classificação. Da disputa até a última rodada para saber as 8 equipes credenciadas para a próxima etapa, e mesmo quando minha equipe é desclassificada, continuo acompanhando as demais, até a grande final. Além do mais, foi com esse formato que equipes como Guarani, Atlético Paranaense, Sport e Bahia conseguiram ser campeãs. Outras equipes, como o Vitória, conseguiram chegar à final. 

Desde a utilização do formato pontos corrido apenas clubes do Rio, São Paulo e Minas conseguiram levantar a taça de campeão e posso creditar a este quesito como um dos fatores para enfraquecimento da competição.

Para 2016 já se estuda a possibilidade do retorno do mata-mata no Brasileirão. Parece que a fórmula seria a mesma utilizada até 2002, com 24 equipes. Já neste ano, 8 clubes seriam beneficiados com os acessos para as séries A, B e C. Quatro seriam rebaixados. Bahia e Vitória, em tese, seriam beneficiados por terem o dobro de chances de subir. Fato é que a maioria das equipes, a Globo, a CBF, as Federações e os torcedores, acredito que em sua maioria, querem algum tipo de mudança.

As grandes competições como Copa do Mundo, UEFA Champions League, Taça Libertadores, além da Copa do Brasil, são campeonatos mata-mata e são emocionantes. A Copa do Nordeste, também se mostra interessante com o formato. As mudanças devem vir, e esperamos que para melhor.