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Provérbios e ditos tricolores

por Leonardo Barbosa em 11 de Agosto de 2009 18:42

 

Não vou mais ficar dando “murro em ponta de faca”. Depois de cobrar, insistir, persistir e até clamar por mudanças profundas na diretoria do Bahia, acho que chegou a hora de tratar do time do Bahia em si, até porque Samuel Celestino já se encarregou, nessa semana, de fazer duras críticas à atual gestão, o que, certamente, ainda renderá muito “pano pra manga”.

 

A equipe que enfrentou e perdeu para o o Vila Nova, na minha opinião, mostrou alguma evolução tática com relação ao Bahia de Galo e, depois, de Comelli, principalmente porque jogamos com 2 meias-armadores: Juninho e Paulo Isidoro. O primeiro, mostrou uma boa qualidade técnica, um razoável passe e muita irresponsabilidade ao ser expulso logo no começo do segundo-tempo. Paulo-Isidoro, por sua vez, só mostrou falta de ritmo de jogo, muito embora ainda acredite no retorno do seu bom futebol.

 

Fora isso, o que se viu em campo foram os mesmo erros de sempre, senão vejamos. Alex Terra continua o mesmo “chove não molha”. Corre, se movimenta, cisca para um lado, cisca para o outro, mas não consegue desenvolver uma jogada produtiva e eficiente. Beto, por sua vez, mostra muito mais objetividade, vontade e categoria do que ele.

 

Reinaldo Alagoano, naquela partida, me decepcionou. Não foi o mesmo jogador brigador de outrora, e ainda por cima perdeu 2 gols que, numa partida fora de casa, em que as oportunidades são escassas, fazem ainda mais falta. Jael, que entrou no seu lugar, mostrou alguma qualidade, mesmo estando totalmente fora de forma.

 

Um parágrafo à parte merece Marcone. Pesado e lento, não consegue acertar um passe de 5 metros. Mesmo os passes mais simples, Marcone faz questão se dificultá-los e acaba por comprometer a saída de bola resultando, na maioria das vezes, num contra-ataque da equipe adversária. Não consigo entender como ele consegue acertar chutes à longa distância e, muito menos, como fora convocado para a seleção brasileira sub-20. Acho que de todas as posições que já colocaram ele (meio-campista, lateral, zagueiro) a melhor de todas é mesmo sentado no banco de reservas. “Cada macaco no seu galho”.

 

Como, “as aparências enganam”, outro estreante, o zagueiro Vinícius, porém, não me deixou uma boa impressão. Sempre mal posicionado, faltou-lhe garra e vontade, coisa que jamais faltara, mesmo tendo qualidades técnicas discutíveis, nos esforçados Rogério, Menezes e Evaldo.

 

As laterais do Bahia também merecem uma especial atenção, principalmente por dividir a opinião da nação tricolor, sobretudo quando se trata do jovem Marcos e, principalmente, de Ávne.  À Marcos falta-lhe agressividade e ousadia, até porque sua técnica é indiscutivelmente apurada e temos sempre a impressão de que ele pode dar muito mais. Alex Maranhão jogou improvisado e não comprometeu.

 

O que irei falar de Ávne, fatalmente irá render discussões, porque sei que alguns torcedores do Bahia, como meu amigo Gabrinho, entendem que ele não tem condição de vestir a camisa do Bahia de Feira, muito menos a do Bahia bi-campeão brasileiro. E eu discordo veementemente disso. Tentarei explicar por quê.

 

O médico José Roberto Tolentino, na sua coluna postada no ecbahia.com, publicada em 16/05/2007, explica com maestria, citando as palavras de Tostão, a diferença entre habilidade e técnica: “habilidade é o jeito pra coisa, é algo inato, quase malabarístico, que serve muito para dar caráter de espetáculo no trato e retenção da bola, no drible e outras piruetas; já a técnica é algo aprendido, depende de treino exaustivo dos fundamentos e se reflete em passes e lançamentos certos, chutes a gol eficientes, fortes ou bem colocados com ambos os pés (um de cada vez), cruzamentos milimétricos, cabeçadas certeiras, impulsão no tempo justo, bom posicionamento. O jogador que sabe aliar habilidade, técnica e preparo físico é o que chamamos craque”.

 

Ávine, indiscutivelmente, tem uma invejável condição física, alguma habilidade e nenhuma técnica. E, como já foi explicado acima, a técnica é algo aprendido, depende de muito treinamento e, com sorte, algum treinador, com muita repetição, aprimorará a sua técnica. “Antes tarde do que nunca”. Os mesmos torcedores que vaiam Ávine antes mesmo dele entrar em campo certamente são os mesmo que vaiavam Daniel Alves no início de sua carreira. Daniel aprimorou a sua técnica e se tornou um craque na sua posição. Antes que me crucifiquem, pelo amor de Deus, não estou comparando Ávine com Daniel Aves.

 

Continuando a análise do time do Bahia à luz da partida contra o Vila Nova, alguns pontos positivos me deixaram com alguma esperança. A primeira delas aconteceu quase no fim do jogo, quando  Juliano tocou na bola, mostrando personalidade e uma boa qualidade técnica. Sérgio Guedes também não me decepcionou e provou que as palavras ditas na sua chegada, de que o Bahia jogaria ofensivamente, foram postas em prática. Mesmo com 1 homem a menos, ele tirou um lateral e colocou Beto, colocando o Bahia mais agressivo, diferentemente de Galo e Comelli que, sem dúvida alguma, colocaria mais um zagueiro para tentar não ser goleado. É, mas “não adianta chorar o leite derramado”.

 

Mas, como “depois da tormenta, vem sempre a bonança”, ficamos sempre naquela esperança de que o Bahia voltará a ser grande e os tempos áureos retornarão. Por enquanto, através dos meus textos, continuarei a “cutucar a onça com vara curta”, porque sei que, com essa gigante torcida, quando subirmos vai ser pra ficar!

 


Leonardo Barbosa, 27 anos, advogado.

E-mail: [email protected]


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