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Vágner, zagueiro do Bahia

por em 02 de Fevereiro de 2010 00:00

Por Rafael Sena e Caroline Salgado

Vágner, fale um pouco da sua carreira no futebol. Você começou no Atlético-MG, não é isso?


Isso. Cheguei no Atlético-MG através do Jonas Pimentel (empresário). Ele me viu numa escolinha de bairro e me levou. Eu era uma promessa no clube, tive um cuidado especial lá. Mas, quando atingi uma certa idade, achei que não era mais viável e fui para o Coritiba. Passei dez anos no Atlético-MG.

E depois?

Assinei meu primeiro contrato profissional no Coritiba. Fiquei lá de 2002 até 2006. Foi uma época muito feliz. Fui bicampeão paranaense. Quem me revelou foi o Antônio Lopes, treinador que tem um bom conceito até internacionalmente. Minha fase no Coritiba me abriu as portas e fui para o Botafogo, comandado por Cuca. Passei  um ano lá. Um ano bom também.

E a fase no Náutico?

Cheguei no Náutico em 2007. Tive a oportunidade de conhecer ótimas pessoas por lá, como está acontecendo aqui no Bahia. Saí em 2009 de lá e deixei muitos amigos.

A julgar pelas suas declarações, você manteve fortes vínculos por onde passou né?

Eu me considero um jogador de entrega. Gosto de ficar muito tempo em um clube. Acabo criando uma identidade. É o que o torcedor pede: entrega, suor e dedicação.

Você sempre foi zagueiro ou te empurraram lá para trás?


Que nada. Comecei como todo mundo começa, de atacante. Mas não deu. Aí fui para o meio, volante, e acabei de zagueiro. Mas já atuei de volante em outros clubes. No Coritiba e Náutico, por exemplo. Só não fui volante no Botafogo porque já tinham muitos para a posição.

Você já atuou tanto em clubes do Sul do país quanto nos da região Nordeste. Qual a distinção entre eles?

Olha, no Náutico há pouca visibilidade. É um clube que ainda se estrutura. Aqui no Bahia a visibilidade é dez vezes maior. O Bahia não deve nada a ninguém. Tem clubes no Sul e Sudeste quem não têm a estrutura daqui, não têm a qualidade de trabalho das pessoas daqui. Fiquei muito feliz por isso.

Você qualificou o Bahia, mas o time não consegue resultados em campo e está em crise há quase uma década. Então, qual o problema?

Não vou conseguir identificar porque estou aqui há pouco tempo. Mas é claro que a gestão e as contratações precisam ser boas. O que eu posso fazer é tentar mudar a história do Bahia. É pensar em conquistar títulos para ajudar o clube. Eu não penso em outra coisa a não ser isso.

E a sua fama de violento? Você foi expulso quatro vezes no Náutico no Brasileirão de 2009.

É uma coisa que incomoda. Fiquei marcado por isso. Mas dessas quatro expulsões eu colocaria apenas duas justas. As outras duas foram em lances que eu nem encostei no jogador e acabei expulso. Mas houve outra coisa também. O treinador (Geninho) me pediu para mudar o estilo de jogo, chegar mais duro, ser mais pesado. O Náutico lutava contra o rebaixamento, precisava disso.

Como é o Bahia sob o comando de Renato Gaúcho?

Ele tem uma visão diferenciada porque jogou futebol. Ele nos passa o que é a realidade do esporte. Ele nos mostra os erros, explica o que tá errado e procura ensinar as coisas certas. Acho que o Bahia tem um ganho com ele, até mais pela visibilidade. E ele é verdadeiro, gosto muito dessa característica.

Mas isso não tem surtido efeito dentro de campo...

Tá surtindo efeito sim. Porque estamos tomando gols que ele tinha alertado antes. Ele está nos cobrando mais por isso. Principalmente de quem errou. Pequenos detalhes que ele já tinha percebido, mas não houve atenção. Ele tem muita preocupação de nos mostrar os erros e corrigi-los.

Mesmo sendo um zagueiro, você é um dos artilheiros do campeonato baiano com quatro gols. Você sempre marcou gols ou é uma novidade na sua carreira?

Tá surgindo agora no Bahia. Temos bons cobradores no Bahia e isso facilita quem se movimenta na área. Não tive esse estilo de batedores nos outros clubes. Por isso volto a dizer que o elenco do Bahia tem muita qualidade. Quando encaixar mesmo, vamos conseguir as vitórias.

Você tem pretensões de ser artilheiro da competição?

Nenhuma, nenhuma! Minha função é defender, e defender bem. Tenho que cobrar muito lá atrás. Passar uma responsabilidade. O sistema defensivo do Bahia, como um todo, precisa ser respeitado. Esse é meu dever.

Nen foi o xerife e capitão em 2009 e ele está voltando de contusão. Você teme perder a posição e a faixa?


Não. Comecei uma amizade muita boa com Nen desde que cheguei aqui. Ele é um cara íntegro. Ele será o capitão quando voltar. É claro que depende da posição do técnico, mas por direito, pelo conhecimento que ele já tem do clube, ele é o capitão. Não há esse tipo de rivalidade entre nós.

Você gostou da contratação do Apodi?

Ele tem muita qualidade, vai nos ajudar muito. Tenho uma história com ele (risos). Eu ainda estava no Náutico e ele defendia o Santos. Numa jogada normal, ele acabou batendo no meu dedo e quebrou em quatro lugares. Passei 20 dias de fora. Acho que ele nem sabe disso (risos), mas vou falar para ele. Ele vai ter que me ajudar agora em campo.

Vágner, o que a torcida do Bahia pode esperar do time nos próximos jogos?

Maior concentração. A gente tem se entregado, mas as coisas não estão acontecendo. Contra o Bahia de Feira, por exemplo, tivemos a chance de fazer o quarto e o quinto, mas não deu. O que eu posso dizer pra torcida é que estamos conscientes da necessidade de títulos e vamos fazer de tudo para suprir isso. De mim, esperem empenho máximo, dobrado.



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