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Reub Celestino confirma situação financeira difícil e briga política no Bahia

por Marcos Valença e Leonardo Santana em 06 de Outubro de 2014 00:00

O ex-diretor financeiro do Bahia, Reub Celestino, um dos principais nomes da  gestão que assumiu o clube há um ano, concedeu entrevista exclusiva ao Galáticos Online e comentou sobre a sua saída do Fazendão. No bate-papo, o dirigente destacou a situação financeira complicada pela qual passa o Tricolor, além de destacar os motivos do desgaste que levou ao seu rompimento com o clube.

Em relação às brigas políticas no Bahia, Reub foi taxativo. "Existem forças que estão agindo de forma que não deveriam agir e isso tem prejudicado bastante. Se não tomarem ciência de que isso pode prejudicar o Esporte Clube Bahia, a situação vai ficar um pouco chata na época das eleições", relatou.

O ex-dirigente ainda confirmou que não irá se candidatar à presidência do Bahia, em eleições que irão ocorrer no final deste ano. Pra finalizar, Reub Celestino destacou como era o seu relacionamento com Sidônio Palmeira, Valton Pessoa e Rodrigo Pastana, integrantes da cúpula tricolor.

Confira a entrevista completa com Reub Celestino:


Galáticos Online: Como você avalia a situação financeira do clube nesse, praticamente, 1 ano a frente do cargo?

Reub Celestino: A situação é difícil, bastante complicada porque os recursos financeiros que o Bahia dispõe são muito poucos para a quantidade de dívidas que tem e de despesas que tem. Distinguindo as duas, as dívidas são despesas que foram efetuadas e não foram pagas ou que estão combinadas para ser pagas por contrato e as despesas são aquelas que você contraiu com o que tem que fazer corrente, pagamento de pessoal, investimento e manutenção. O Bahia tem essas despesas muito elevadas para a quantidade de receita que tem e consequentemente não dá para pagar as despesas nem as dívidas, deixando as dívidas acumuladas. Nós pagamos várias dívidas da gestão anterior, principalmente trabalhistas, mas também contraímos despesas novas. Então a situação é difícil. O Bahia ganha muito pouco em relação a despesa que faz.

GOL: As dívidas estão atreladas ao departamento de futebol. Tem que haver esse alinhamento entre o departamento financeiro e de futebol?

Reub: Se não houver alinhamento não haverá gestão. Porque se o departamento de futebol não seguir a risca ou próximo da gestão orçamentária do clube, então o clube não tem para onde ir. Duas coisas são importantes, é claro e lógico. Receita de um lado e despesa do outro. Se as despesas que forem orçadas pelo pessoal competente para isso não forem atingidas então o clube não terá as receitas para fazer as despesas que foram orçadas. Se as despesas que foram orçadas pelo futebol, por exemplo, que possui mais de 80% das despesas, forem acima das que forem orçadas, então arrebenta o equilíbrio. Se de um lado as despesas são muito maiores que o orçado, arrebenta o equilíbrio. Se as receitas forem menores que as despesas, arrebenta o equilíbrio. Se acontecer as duas situações é pior ainda.

GOL: Esse seria um dos motivos do desgaste seu no Bahia?

Reub: Seria sim. Claro que eu resisti o máximo que pude. Eu tentei de todas as formas, mas não consegui e já havia manifestado ao presidente a necessidade da minha saída. Eu pedi para sair um dia antes da morte do Eduardo Campos, por ser uma data marcante, eu posterguei porque o presidente me pediu e entre nós havia uma noção de que meu tempo já tinha acontecido, eu não tinha interesse de continuar da maneira que estava. Não houve nenhuma confusão. Tanto é que o presidente me disse que gostaria de contar comigo como um consultor no que eu pudesse ajudar, e eu me predispus a me colocar à disposição no que eu pudesse ajudar, sem ser uma relação trabalhista.

GOL: Próximo das eleições, você vê grupos políticos brigando pelo poder dentro do Bahia?

Reub: Vejo. Existe isso sim. Existem forças que estão agindo de forma que não deveriam agir e isso tem prejudicado bastante. Se não tomarem ciência de que isso pode prejudicar o Esporte Clube Bahia, a situação vai ficar um pouco chata na época das eleições.

GOL: Essa sua saída é para tentar a candidatura para presidente?

Reub: Não. Eu sempre disse que não serei candidato a presidente. Eu quero que o Bahia tenha um presidente bom. Não quero que o Bahia tenha um presidente político, não que não seja partidário, mas que não vá lá para ganhar poder, ganhar financeiramente, ganhar status ou qualquer outra coisa. Eu gostaria e estarei apoiando um presidente que tenha competência para pegar o Bahia e elevá-lo a uma situação que não seja essa minúscula que o Bahia está, que é um clube de um bairro de Lauro de Freitas. Isso é uma forma metafórica de dizer que o Bahia, hoje, é um time pequeno, quando sempre foi na sua história um time grande e precisa ser muito grande. Para isso é necessário que não haja disputa política da forma que está e que deve caminhar. Sei que teria um apoio grande da torcida, mas o meu amor pelo Bahia é puro. Não torço para nenhum outro time e acompanho as coisas de perto e torcendo para que alguém mais puro e bom seja o presidente do Bahia.

GOL: Você falou que possui um bom relacionamento com o presidente do clube. Existe esse bom relacionamento com o Sidônio Palmeira, Valton Pessoa e Rodrigo Pastana?

Reub: Sidônio eu conheci ele na entrada do Bahia coordenando algumas coisas lá. Acho que me dei bem com ele. Tivemos posições antagônicas não eventuais com muita frequência, ele pensava de uma forma e eu de outra. Nunca tivemos uma briga. Acho que nos respeitamos. Não sei qual o posicionamento dele sobre isso, mas já vi declarações dele dizendo que gosta de mim e eu também gosto dele. Respeito as posições dele, apesar de achar que algumas estavam erradas, foram pensamentos que ele tentou para ver se dava certo.

Valton eu já conhecia quando era presidente da Ebal tinha contratado o escritório de advocacia Pessoa e Pessoa, o qual Valton é o líder, para ser o escritório de representação das causas trabalhistas da Ebal. Eles são competentes nesse assunto e nos dávamos muito bem. Depois o vi chegando no Bahia como vice-presidente e naturalmente que tivemos posições diferentes. Nunca brigamos. Também sempre nos respeitamos, ele é muito educado e não tenho nada contra ele. Tive posições contrárias e se tivesse que estar de novo, ele, com as posições que tinha, tomaria a mesma postura.

Pastana chegou recentemente. É uma figura diferente e eu não consegui chegar a compreender de todo, mas enquanto eu estava lá nós estávamos bem, tratando das coisas do Bahia, eu acho que com seriedade, não tivemos nada que fosse ruim. Mas não tive tempo.


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