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“Cresci no Bahia e não tenho coragem”, revela Talisca sobre atuar no Vitória

“Cresci no Bahia e não tenho coragem”, revela Talisca sobre atuar no Vitória

Por Leonardo Santana // Marcos Valença
Nascido em Feira de Santana, Anderson Souza, no auge dos seus 19 anos, marcou o gol mais importante do Bahia na temporada em 2014. O nome pode soar estranho, mas o apelido de ‘talisca’ é conhecido por todos.

Cria das divisões de base tricolor, Anderson ‘Talisca’ foi responsável pelo gol do triunfo do Bahia sobre o Cruzeiro, na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, que livrou a equipe de qualquer possibilidade de rebaixamento à segunda divisão neste ano.

No Bahia desde 2009 quando foi descoberto pelo treinador Fabiano, atual técnico campeão baiano da categoria infantil, a joia tricolor concedeu entrevista exclusiva ao Galáticos Online em parceria com o Bocão News e contou detalhes da sua carreira.

O meia tratou de assuntos polêmicos como a intervenção no clube e a possibilidade de vestir a camisa do rival Vitória, além de falar sobre o trabalho de Cristóvão Borges. Talisca comentou ainda sobre o seu futuro no clube, os sonhos, as dificuldades, as críticas e as cobranças que recebe da torcida.

Confira abaixo a entrevista completa em texto e vídeo:
(Fotos: Paulo Macedo // Pablo Antonio // Bocão News // Galáticos Online)
 
Como foi o início da carreira de Anderson Talisca?

O início da carreira foi um pouco complicada, um pouco conturbada, até porque eu não tinha muita estrutura. Morava só com minha mãe e tive que sair com 13 anos de casa e tive uma certa dificuldade.

Como foi o início de Talisca atuando pelos clubes?

Saí de casa com 13 anos e fui para o Rio de Janeiro jogar no Vasco. Lá joguei por um ano, e com 14 anos voltei no final do ano.

Qual foi a maior dificuldade que você encontrou no início da carreira?

A maior dificuldade foi ver a minha mãe, que estava grávida de meu outro irmão, como eu sou mais velho, e ela estava sofrendo muito e precisava de mim em casa e isso pra mim foi a maior dificuldade.

Como foi sua chegada ao Bahia?

Cheguei ao Bahia em 2009. Foi uma chegada que o professor Fabiano, que foi campeão com agora com a categoria infantil e ele que me projetou na equipe de juniores e me fez ganhar vários títulos no Bahia.

Qual a função do Talisca? Meia, volante ou atacante?

Joguei uma vez de atacante no Bahia, em uma temporada e até achei que tinha achado minha posição porque fiz muitos gols. Mas minha posição é vindo de trás mesmo.

Então você prefere atuar como terceiro homem de meio de campo? Você rende mais nesta posição?

É uma posição que estou fazendo a leitura do jogo e pegando na bola a toda hora.

Como Anderson Talisca absorve as críticas da torcida, que acabam o chamando de marrento?

A torcida tem sua opinião, não tem que contestar. Se ela acha que sou marrento não posso fazer nada. Quem me conhece sabe. Até o próprio Feijão que cresceu comigo e me conhece sabe que eu não sou marrento

Você acha que as críticas da torcida são por causa do seu posicionamento errado em campo?

Faz parte um pouco porque a torcida esperava algo de mim, até numa posição que não era a minha. Isso fez um pouco de diferença, acabou não me ajudando, acabou não me favorecendo, mas agora, graças a Deus, a torcida está vendo o meu potencial.

Já pensou em deixar o Bahia por conta destas cobranças?

Não. Essas cobranças na vida do jogador sempre vão acontecer. Não tem o que discutir não. Temos que estar preparados para as críticas e para os elogios.

Você acha que os jogadores das divisões de base são mais cobrados do que os que vêm de fora para o Bahia?

O jogador da base quando sobe tem que se cobrar, tem que treinar mais do que os outros, porque tem que matar um leão por dia nos treinamentos, não tem bola perdida, tem que entrar em todas.

O gol marcado contra o Cruzeiro foi o mais importante da sua carreira?

Foi o mais importante da minha carreira. Foi um gol que vai ficar marcado para a equipe do Bahia, para os meus familiares e para toda a torcida do Bahia.

A amizade que você tem com Feijão, ajudou a vocês nos profissionais?

Ajudou porque a gente se entrosou mais. O entrosamento e a afinidade prevaleceram no futebol profissional.

Como você avalia o trabalho de Cristóvão Borges? Acha que ele deve permanecer no Bahia?

Ele já conhece o grupo, já conhece os jogadores que ficam já sabe as características. Espero que ele fique porque já criou uma identidade com o clube e isso vai ser muito importante para 2014.

Anderson Talisca fica em 2014 no Bahia? Seu contrato vai até quando com o clube?

Sim. Tenho contrato até 2017 e pretendo cumprir até o final.

O processo de intervenção no Bahia prejudicou o time de alguma forma no campeonato?

Não, porque no período dessa mudança toda estávamos muito bem no campeonato, em quinto lugar, chegamos até no G4 e isso não influenciou nos resultados da equipe não.

Qual o papel do Cristóvão nesta época?

O papel dele era sempre manter a concentração no trabalho, independente de qualquer coisa que acontecia dentro do clube ou da diretoria, se ia mudar ou não. O foco dele com o grupo era manter a regularidade no Brasileiro.

Qual o sonho do Talisca. Jogar na seleção brasileira ou atuar na Europa?

Jogar na seleção brasileira já atuei, mas não na principal. Mas é o sonho de qualquer um é jogar na seleção brasileira é atuar em um time da Europa. Mas enquanto isso não acontece tem que pensar no Bahia.

O Anderson Talisca jogaria no Vitória?

Não. Cresci no Bahia e não tenho essa coragem não.

Como os jogadores do Bahia vão encarar os BaVi’s do Campeonato Baiano em 2014 depois das goleadas deste ano?

Eles tiveram capacidade de fazerem boas partidas em cima do Bahia no Baiano. Tiveram momentos bons para eles quando aplicaram goleadas em cima da gente, mas isso é passado, o que importa agora é 2014.

Como o Bahia vai encarar o jogo contra o Fluminense?

É um jogo muito importante. A gente veste uma camisa, representa um clube, então temos que entrar com determinação e vencer.

Qual o pensamento dentro do grupo do Bahia para 2014?

O pensamento da gente é sonhar mais alto. A equipe começa bem e depois a gente deixa a desejar muito. Então nosso pensamento é manter um bom rendimento em 2014.

O que está faltando para Anderson Talisca fazer gols de falta no Bahia?

Está pegando tudo na barreira. Treino todo dia e na hora do jogo não vai. Uma hora vai sair e quando sair vai entrar uma, duas, três. Sempre fiz e me cobro muito, que é uma coisa que sei fazer muito. Quando erro me cobro muito, às vezes é o nervosismo de querer fazer.

O fato de estar ‘brigando’ para bater as faltas o prejudica?

Prejudica um pouco na concentração, mas isso não é desculpa. A bola não está entrando ainda, mas quando entrar vai entrar mais vezes.

Você marcou dois gols parecidos, um contra o São Paulo e outro contra o Cruzeiro. Isso é um treinamento que já vem sendo ensaiado no Bahia?

A jogada é uma leitura do jogo. É uma bola difícil que você tem que ter a leitura do jogo para saber entrar no meio dos zagueiros. Também se deslocar da posição em que você está até a área. Já está quase virando uma jogada. O Souza sai e eu entro, o Fernandão sai e eu entro no meio deles.

Pra finalizar, deixa uma mensagem para o torcedor do Bahia. O que ele pode esperar do Talisca, do Bahia para 2014?

Ele pode esperar de mim o mesmo empenho que estou tendo no final do Campeonato, a mesma luta, a mesma entrega com o grupo e o bom futebol também.  A torcida pode esperar do Bahia, um Bahia melhor, mais reforçado, um grupo mais forte para 2014 ser melhor.

Assista ao vídeo da entrevista:

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