Página Inicial

/

Entrevistas

/

Novo presidente do Conselho Deliberativo do Bahia fala sobre principais desafios do seu mandato

Novo presidente do Conselho Deliberativo do Bahia fala sobre principais desafios do seu mandato

Por Rafael Machaddo (@RafaelMachaddo6)

Em reunião realizada na última quarta-feira (20), na Arena Fonte Nova, o Conselho Deliberativo do Bahia elegeu Carlos Eduardo Guimarães Araújo como seu novo presidente para o triênio 2018-2020. O Galáticos Online bateu um papo com o Carlos Eduardo com o objetivo de apresentar o perfil do novo presidente da Mesa Diretora do Conselho Tricolor, além de conferir um pouco da opinião dele em pautas importantes que devem ser discutidas durante o seu mandato. Confira a entrevista.

1 – Carlos, primeiramente gostaria que você se apresentasse para o torcedor que talvez não te conheça, falando um pouco da sua história e também sobre a sua relação com o grupo Revolução Tricolor e a vida política do clube.

RESP: Meu nome é Carlos Eduardo Guimarães Araújo, sou Advogado, Professor de Direito Constitucional, Conselheiro Estadual da OAB/BA, torcedor apaixonado, sócio do Esporte Clube Bahia, Conselheiro do clube no segundo mandato.
Em toda a minha vida sempre fui uma pessoa atuante, desde os tempos da escola e depois na faculdade participei intensamente do movimento estudantil e quando me tornei Advogado, passei a ter participação ativa no meu órgão de classe, a OAB, sendo membro de comissões, vice-presidente da OAB de Feira de Santana e, atualmente, Conselheiro Seccional da OAB/BA.
Mesmo morando no interior do estado, onde a influência dos times do sul do país é muito grande, escolhi o Bahia como clube de coração lá por volta dos meus 6 ou 7 anos de idade, quando um dia meu pai, que à época era representante comercial de uma marca de confecções, colocou sobre a minha cama varias camisas de times de futebol e pediu que eu escolhesse uma. Dentre elas havia um manto tricolor azul, vermelho e branco de listras verticais. Não titubeei um só instante e escolhi a camisa do Esporte Clube Bahia. Desde então sou um torcedor fanático e apaixonado por essas cores.
Por muito tempo tentei participar da vida política do clube, mas era impossível tornar-se sócio. Fiz várias tentativas, mas sempre havia alguma "desculpa" para impedir meu ingresso no quadro societário do Bahia. Com a intervenção e a abertura do clube, fui um dos primeiros associados, podendo participar da eleição que conduziu Fernando Schimidt à presidência do clube.
Algum tempo depois passei a frequentar as reuniões da Revolução Tricolor, grupo do qual eu faço parte, sendo candidato ao Conselho na eleição de 2014. Eleito, integrei a Comissão de Ética no último triênio, onde pude contribuir atuando em processos éticos importantes para a história do Bahia.

2 – Como você avalia a gestão do seu antecessor, Henrique de la Torre, e esse recente processo de transição?

RESP: Henrique fez uma ótima gestão à frente da mesa do Conselho neste último triênio.
Sob o comando dele, conseguimos concluir a reforma estatutária e tivemos discussões sobre temas importantes para a vida do clube. Deixou lições importantes de como conduzir o Conselho de forma imparcial e pautado, estritamente, pelo Estatuto do clube e pelo Regimento Interno da casa.
Tenho conversado bastante com ele e nos reuniremos ainda esse ano para tratarmos desse processo de transição.

3 – Alguns membros da oposição criticam o fato do presidente do Conselho Deliberativo ser da atual situação. Como você avalia essas críticas?

RESP: Acho que são críticas sem fundamento.
O nosso processo democrático é norteado pela soberania das decisões dos sócios, sendo o órgão máximo de poder do clube a Assembleia Geral.
Nessas eleições os sócios manifestaram a sua vontade e elegeram 42 membros da RT como Conselheiros, sendo, mais uma vez, a maior representação de grupos dentro do CD.
Se usarmos como analogia o processo de composição das mesas diretivas nas casas do Poder Legislativo do país, veremos que a presidência da mesa, em geral, é ocupada por um representante da maior bancada e isso nada mais é do que ratificar a vontade do eleitor.
Quando os sócios do Esporte Clube Bahia deram uma votação expressiva a Guilherme Bellintani e aos grupos que o apoiaram, é porque esses sócios, que são os verdadeiros donos do clube, querem que tanto a Diretoria Executiva quanto o Conselho Deliberativo sejam geridos por pessoas desses grupos e respeitar essa vontade é uma consequência invariável de uma democracia consolidada, como a nossa.

4 – Um dos assuntos que mais deve movimentar o Conselho nesse triênio é a questão dos CTs, e o destino que deve ser dado ao Fazendão. O que esperar dessa pauta?

RESP: Essa é uma discussão que deve ser realizada sob um enfoque integralmente técnico. Nós, Conselheiros, estaremos tratando de uma matéria que causará impacto no futuro do clube e precisaremos ter o zelo e a responsabilidade de não nos contaminarmos por preferências políticas ou pessoais nessa tomada de decisão. Precisaremos de subsídios técnicos nas áreas afins, para que tomemos a decisão mais acertada para o clube.

5 – Outra pauta importante que deve ser discutida é a questão do contrato com a Arena Fonte Nova, que sempre gera muitos debates, inclusive sobre a possibilidade de um estádio próprio. Algo a pontuar sobre esse tema?

RESP: Essa discussão tem características que se assemelham à questão dos CTs. A Fonte Nova é a nossa casa e a Nação Tricolor tem uma relação afetiva com o estádio. Mas é preciso que a sua operação tenha mais a cara do torcedor do Bahia, respeitando a nossa cultura e tradições. Como torcedor de arquibancada entendo que, para além do retorno financeiro que a operação do estádio precisa dar ao clube, é necessário que a relação da Fonte Nova com a torcida tricolor melhore sensivelmente. Os torcedores do Bahia não podem ser encarados apenas como meros "clientes" da arena.

6 – Sobre a regulamentação do voto online. Você acredita que na próxima eleição os sócios que não residem em Salvador já poderão exercer o direito de votar?

RESP: Não tenho dúvidas que sim!
Esse tema já foi aprovado no novo Estatuto que entra em vigor em janeiro e será objeto de regulamentação específica pelo Conselho. Considero esse um tema prioritário da casa.
O Bahia é um clube que transpõe as fronteiras de Salvador, da Bahia e do Brasil. As embaixadas são a prova viva disso e, para termos um quadro societário tão grande como desejamos, precisamos criar mecanismos de inclusão dos sócios na vida política do clube, onde quer que eles estejam.

7 – Na última gestão o Conselho deliberou sobre a exclusão de dois ex-dirigentes do clube. Ainda há alguma pendência sobre esses dois processos, ou ainda há mais algum nesse sentido?

RESP: Em um dos processos os prazos recursais já se esgotaram e a decisão se tornou definitiva administrativamente.
No outro processo, salvo engano, ainda está transcorrendo o prazo para recurso da parte interessada.

8 – Por fim, peço que deixe um recado para o torcedor do Bahia sobre o que você espera para os próximos três anos.

RESP: Esperamos muito trabalho e empenho do Conselho Deliberativo, confiando no trabalho dos Conselheiros e dos meus companheiros de mesa, o vice-Presidente Thiago Doria e o Secretário-Geral Lucas Maia, que estão totalmente imbuídos do desejo de ajudar a construir um clube ainda mais forte, cientes da responsabilidade que temos com o maior clube do Norte/Nordeste do país.
Aproveito para desejar um ótimo Natal e um 2018 de muito sucesso e triunfos para a Nação Tricolor!
BBMP!!!

Foto Capa: Felipe Oliveira / EC Bahia
Foto Entrevista: Arquivo Pessoal

SIGA-NOS

GRUPO

© Copyright Galáticos Online. All Rights Reserved

Designed by