Cuca foi anunciado como novo treinador do Athletico-PR nesta segunda-feira (4). Em entrevista à Rede Furacão, o técnico falou sobre o novo desafio na carreira profissional. Ele assume o clube no lugar de Juan Carlos Osorio, demitido no último fim de semana. 

"Vou criar um ambiente. A gente tem que ter uma família ali (no Athletico). Os (clubes) que ganham são famílias fechadíssimas, e temos que ser assim para ter um bom ano. Centenário é uma coisa ímpar, exclusiva de cada time, e chegou a vez do Athletico. Isso marca muito, é uma responsabilidade grande. Quando é centenário, logo se pensa em conquistas, se pensa em títulos, e a gente tem que entregar o máximo, e dentro desse máximo ver no final do ano o que conseguiu de melhor", disse Cuca.

O profissional chegou a ser procurado pela diretoria do Athletico-PR em outras oportunidades, a última delas aconteceu no ano passado. O objetivo do treinador, que é torcedor declarado do Furacão, é curtir essa paixão ao lado da torcida, já que alegou problemas para assumir o time rubro-negro no passado.     

"É uma honra, satisfação enorme. Já fui muitas vezes no estádio. Já vibrei e já chorei pelo Athletico. E vou continuar assim, se Deus quiser, quem sabe vibrando e chorando por emoção. Vou estar junto na boa (situação) e na ruim. Estou começando um trabalho no Athletico que terá um início, um meio e um fim. Espero que esse fim demore muito para acontecer e que nesse tempo a gente consiga bons resultados e títulos", projetou Cuca.

No ano passado, Cuca voltou a ser alvo de polêmicas. Após ser contratado pelo Corinthians, para um trabalho que durou apenas sete dias, ele teve que revisitar o passado, se defendendo de uma condenação por estupro em Berna, na Suíça. O crime teria acontecido em 1987 e a decisão da Justiça ocorreu dois anos depois, sem a presença da defesa do então jogador do Grêmio e atual técnico no julgamento.

Em 2023, ele buscou uma resolução para o caso na Suíça, junto com advogados. O Tribunal de Berna anulou a sentença de condenação por estupro por falhas processuais. Com o processo extinto, Cuca não pode ser considerado culpado. 

"Fomos na Suíça, contratamos duas equipes de advogados, civis e criminais, para que a gente pudesse buscar um novo julgamento, com mais duas equipes aqui no Brasil. Pela Justiça de lá (da Suíça) foi concedido o pedido e dentro da possibilidade dada essa condição, mas já tinha prescrito o episódio", explicou o técnico.

"Como já tinha a prescrição, o ministério de lá não tem como te dar um novo julgamento. Segundo os meus advogados, a nossa chance de absolvição era próxima de 100% e isso nos dava uma confiança grande. Infelizmente, pela prescrição não pôde (ter um novo julgamento), e o que melhor ocorreu foi a anulação, a descondenação e a indenização. De uma forma, a gente fica muito aliviado", continuou Cuca.

Cuca afirmou também que por três vezes não foi reconhecido pela garota, que na época tinha 13 anos, como um dos estupradores. A versão foi contestada pelo advogado da vítima, Willi Egloff. 

"Eu sempre falei a verdade e não menti em momento algum. Tem dizeres aí que a moça reconheceu. Por três vezes ela não reconheceu e está nos autos. Um DNA inconclusivo, que não é meu, um DNA que eles mesmos entenderam que é inconclusivo, sem contraprova. São coisas que não encaixo as palavras certas para poder falar. Eu não decoro texto, eu falo as coisas com o coração, com o sentimento", finalizou o técnico.