Em busca de melhor seleção, Mano escala 13ª formação diferente
Mano Menezes convocou 58 jogadores para a Seleção Brasileira, realizou diversos testes em pouco mais de um ano de trabalho, mas ainda não conseguiu chegar a um time que lhe dê segurança. Na segunda-feira, o treinador escalará a 13ª formação diferente no amistoso contra Gana, no Estádio Craven Cottage, em Londres, em mais uma tentativa de chegar à "melhor versão".
Com desfalques pontuais por lesão, a equipe escolhida por Mano para este jogo reflete as preferências atuais e configura sua nova aposta por um time ideal. São quatro mudanças em relação à formação que iniciou a Copa América, que pode ser considerada a que mais agradou o treinador em seu primeiro ano de trabalho.
Na lateral esquerda, Marcelo substitui o criticado André Santos na preferência do treinador e terá a chance de se firmar. Com a escassez de jogadores na posição, o jogador do Real Madrid praticamente não tem sombra, mas um passado de mal-entendidos com Mano o faz adotar um discurso cauteloso. "No Brasil tem muito jogador bom, mas estou com a cabeça tranquila e trabalhando forte".
Na cabeça-de-área, Fernandinho terá uma sequência de jogos para se encaixar ao lado do "intocável" Lucas Leiva. Ramires teve atuações irregulares na posição e, se voltar a ser convocado, terá de aguardar oportunidade. Fernandinho agrada Mano por sua personalidade e por ter uma chegada ao ataque mais qualificada.
A convocação e escalação imediata de Ronaldinho atende a uma deficiência vista por Mano em seu primeiro ano de trabalho. Jogando aberto pela direita, Robinho não rendeu bem, principalmente quando o técnico exigia uma variação tática e recuava o jogador para a posição de segundo meia. Ronaldinho já jogou no meio-de-campo e seria eventualmente um desafogo a Ganso.
Leandro Damião será a aposta para o camisa nove que a Seleção sentiu falta no primeiro ano de Mano. Alexandre Pato teve sequência, bons momentos, mas na Copa América e no amistoso contra a Alemanha demonstrou falta de objetividade e pouca presença de área. O atacante tem atuado aberto pela direita no Milan e começa a nova fase apenas como opção no banco.
Mano ainda promoveu uma mudança de posicionamento no ataque com a inversão de Neymar para a direita, com Ronaldinho na esquerda. Assim, o time fica escalado com Júlio César; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e Marcelo; Lucas Leiva, Fernandinho e Paulo Henrique Ganso; Neymar, Damião e Ronaldinho.
Necessidade de vitórias
No primeiro ano a falta de continuidade de um time ideal é justificada pela sequência de lesões e pela necessidade de experimentar novos jogadores para a renovação. Apesar do discurso de que não existe a pressa para se chegar aos 11 ideias, Mano deve interromper os testes e aproveitar uma agenda de amistosos mais "light" para dar conjunto à Seleção.
A nova postura se faz necessária pela pressão que Mano começou a sofrer depois da eliminação nas quartas de final da Copa América e da derrota para a Alemanha, a terceira diante de um grande. A cobrança pelos resultados será maior e um time confiável e entrosado em campo é fundamental para suportar as críticas e a desconfiança.
"O Mano esta buscando a sua melhor versão da equipe. É normal essa busca e esse entra e sai de jogadores até se construir uma equipe. O conjunto vem com o tempo", disse Daniel Alves, que sabe da importância de um time com bom entrosamento por jogar no Barcelona, que no momento mais personaliza um conjunto.