O presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, disse em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que tem passado os dias ao telefone. Do seu apartamento, ele tem feito contatos com dirigentes e conversado com seus advogados. 

"Eu estou totalmente consciente do que não fiz", disse à Folha. Caboclo está afastado por 30 dias pelo Comitê de Ética da CBF. Ele é acusado por uma funcionária da confederação de assédio moral e sexual. 

A colaboradora, que foi contratada em 2012, foi cerimonialista, secretária e foi promovida a assessora especial da presidência. Ela denunciou o dirigente ao divulgar diálogos gravados com Caboclo em que ele questionava, entre outras coisas, se a assessora "se masturbava".

"Em conversa com meus advogados, concluímos que o melhor é não nos manifestarmos. Espero que você compreenda", disse ele à Folha.

Segundo a reportagem, a alguns cartolas com os quais conversou desde a última segunda-feira (7), Caboclo afirmou estar tranquilo e que conseguirá provar que não cometeu o assédio, embora admita ter tido um comportamento indesejado, que qualificou como "brincadeiras".

O afastamento de Caboclo foi recebido com alívio pela Conmebol e cartolas brasileiros preocupados com a repercussão do caso e possível boicote dos jogadores à Copa América. Os jogadores questionaram, em reunião com Caboclo, a realização da Copa América no país após a desistência de Argentina e Colômbia. Reclamaram também que não houve diálogo com o elenco sobre a mudança de país. Aproveitaram para se queixar de terem de disputar o torneio um ano antes da Copa do Mundo, após uma temporada exaustiva e colada em partidas das Eliminatórias. Jogos que eles consideram muito mais importantes do que a Copa América.