Dario José dos Santos, mais conhecido como Dadá Maravilha, é simplesmente um dos maiores artilheiros de todos os tempos com 926 gols. Alguns deles foram feitos numa rápida e triunfante passagem pelo Bahia.

Dadá lembra da chega a Salvador, quando no aeroporto ele beijou o chão, representando respeito. Não demorou e logo ganhou a torcida do Esquadrão.

"Lembro quando cheguei, o Paulo Maracajá estava me esperando quando cheguei na Bahia. Lembro também que a torcida tricolor me recebeu com muito carinho"

Com o bom humor característico, o artilheiro conta que era ruim de bola, mas que era um artilheiro nato e que tinha estrela para conquistar títulos.

"Eu tenho a capacidade de dizer que tem duas coisas que eu não sei fazer. Jogar futebol e perder gols. Eu não sabia perder gols", e continuou falando do título baiano que ele prometeu para o torcedor:

"Quando cheguei no Bahia, o Vitória tinha um timaço e era o atual campeão. Eu cheguei pra Maracajá e falei que o título estava garantido para o Bahia. A imprensa se dividiu, né. Mas eu cheguei e meti gols"

Ainda contou uma história de uma séria contusão que ele sofreu no rosto. Mesmo proibido de jogar, ele fugiu do hospital e mesmo saindo do banco levou o Bahia ao título.

"O médico não queria me liberar do hospital. Eu juntei vários lençóis e desci escondido do terceiro andar. Eu queria jogar, não podia deixar o Vitória ganhar", continua:

"Eu fiquei no banco, terminou o primeiro tempo com o Vitória dando 1 a 0 no Bahia. Eu entrei no segundo e o Bahia virou para 2 a 1, eu arrebentei com o jogo". disse e continuou:

"Quando acabou o jogo, eu tava tão mal que eu desmaiei e fui levado direto para o hospital, mas eu não podia perder aquele. Eu tenho a honra de dizer que fui campeão pelo Bahia, num campeonato que já estava quase perdido".

Ao ser perguntado por que saiu do Bahia, mesmo fazendo tanto sucesso, Dadá diz que precisava dar títulos para outros clubes.

"Eu precisava ir para outros times que também queriam ser campeões, só por isso não fiquei no Bahia por mais tempo", falou.

O irreverente Dadá fala que fez coisas erradas quando criança, passou perto da morte e apenas com 19 anos conheceu o futebol. De forma inusitada começou a carreira que terminou com quase mil gols.

"Meu primeiro chute numa bola de futebol foi com 19 anos. Eu era bandido na infância, mas quando a polícia falou que iria me matar eu fiquei com medo e saí daquela vida, daí fui para o exército. Lá teve um campeonato de futebol e fui muito bem, me destaquei mesmo sendo muito ruim. Fui artilheiro com 33 gols, fazendo 20 gols de cabeça", contou.

Consolidado como um dos maiores ídolos da história do Atlético-MG, o ex-atacante diz que seu auge foi no Atlético Mineiro, onde em 1969 fez 79 gols no ano e em 1971 foi campeão brasileiro e artilheiro da competição nacional.

"Eu fui uma máquina de fazer gol no Galo. Dei uma de doido na rede Globo e falei 'Galo campeão brasileiro de 1971'. Eu disse que seria o artilheiro e o Pelé vice, fui expulso de lá. Mas quando terminou o campeonato minha previsão se fez correta e me pediram desculpas".

Por fim, ele fala quem foram os técnicos que mais marcaram sua carreira.

"Eu tive dois excelentes treinadores. Zagallo e Tele Santana", disse.