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Clínica contratada pelo Bahia frauda sistema e "envia por engano" exames de jogadores para o SUS

Autor(a): Redação BNews em 31 de Julho de 2020 15:00
Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

Técnicos do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen-BA) tomaram um susto nesta semana. Entre centenas de exames de Covid-19 que chegam ao espaço para análise, alguns eram dos jogadores do Esporte Clube Bahia. O que chamou atenção dos profissionais não foi apenas os nomes conhecidos, mas o fato do Lacen pertencer ao Sistema Único de Saúde (SUS) e o Bahia ter contrato com um laboratório privado.

Os exames realizados com os jogadores, inclusive, chegaram ao Lacen como sendo enviados pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da prefeitura de Salvador, a Santo Antônio, recém-inaugurada pela gestão municipal no bairro de Roma. 

O Instituto 2 de Julho (I2J), organização social que administra a UPA, informou, por meio de nota, que terceirizava os serviços do laboratório Nossa Senhora de Fátima, que também foi contratada pelo Bahia. De forma ilícita, segundo versão da organização, um funcionário da empresa usou a senha do cadastro do I2J no sistema de envio da análise dos diagnósticos ao Lacen para remeter os exames dos jogadores, dando a entender que eles eram pacientes do sistema público de saúde. 

“Tão logo o Lacen nos comunicou o gravíssimo fato, adotamos as providências para que o laboratório identificasse os funcionários responsáveis pela conduta desonesta e, imediatamente, reportarmos os fatos às autoridades competentes. Além disso, pelo uso de má-fé, ações estão sendo tomadas para rescisão contratual com a empresa (...)  devido ao nosso compromisso com a ética e transparência no serviço público, iremos reparar possíveis danos ao Lacen. O I2J preza, e sempre prezará, pela manutenção da equidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, ratificamos que todos os exames laboratoriais para diagnóstico da Covid-19 realizados nas dependências da Upa Santo Antônio foram ofertados a usuários do SUS no município do Salvador”, diz trecho da nota enviada à imprensa.

De acordo com Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, o laboratório foi contratado por indicação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que já possui parceria com a empresa para realização dos testes. Se no Lacen os técnicos estranharam o fato dos exames dos jogadores terem o selo da UPA, na cúpula do tricolor, o selo do Lacen foi o sinal de fumaça.

“A CBF faz para o Bahia 26 exames de Covid-19 por jogo, só que precisamos de mais do que isso, quase 70 exames. Então, para complementar, nós contratamos o mesmo laboratório que a CBF indicou. A confederação contratou um laboratório e nós decidimos fazer com o mesmo. Acontece que quando recebemos os testes, eles chegaram com o selo do Lacen. Estranhamos isso e conversamos com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e eles identificaram que exames tinhado sido enviados pela UPA. Nunca fizemos lá [UPA], muito pelo contrário, estamos pagando (...) No final das contas, o Bahia foi vítima, o Lacen e a própria UPA. Agora estamos com uma sindicância para que o laboratório seja punido. Vamos até o fim na tentativa de coibir isso”, explicou Bellintani.

O Bnews entrou em contato com o dono da empresa. O responsável, que preferiu não se identificar, informou que um dos funcionários "por um erro" acabou entrando no sistema e submetendo os exames ao Lacen. Os testes, de acordo com ele, deveriam ser enviados para "uma empresa tercerizada de análise com sede em São Paulo". O colaborador foi afastado do quadro de funcionários.


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