STJD abre inquérito para apurar discriminação ao São Francisco
Por Redação Galáticos Online (@galaticosonline)
Publicado em 21/03/2014, às 22h07
Discriminação, definitivamente, não combina com o esporte. Por isso, o episódio da discriminação sofrida pelas atletas do São Francisco, em partida válida pela Copa do Brasil Feminina, não passará por despercebido.
Em apoio ao seu filiado, o presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Ednaldo Rodrigues, como havia prometido, notificou a CBF e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para que tomassem providências. A interferência da entidade máxima do futebol na Bahia surtiu efeito.
O STJD não deixará ficar impune e investigará as denúncias. Em comunicado à FBF e ao São Francisco, o Tribunal revelou que abriu inquérito para apurar o ocorrido.
A responsável pelo inquérito será a procuradora Giseli Amantino, que tratou as denúncias contra a torcida da Ferroviária (SP) como "graves". Alguns dos envolvidos e testemunhas do episódio já foram convocados para uma oitiva.
Prestarão depoimento ao órgão o técnico e coordenador do São Francisco, Mário Augusto, responsável pela denúncia; a árbitra da partida, Edilar Maria Ferreira, da Federação Paulista de Futebol e do quadro nacional e o Sr. Francisco, responsável pelo esporte no município de Araraquara (SP), onde o fato ocorreu.
"E ao final, apurado os fatos e verificada a existência de infração disciplinar que seja o inquérito remetido a Procuradoria para a tomada das medidas plausíveis", explicou Giseli Amantino sobre a possibilidade de punição aos envolvidos no ato racista.
O caso -No dia 4 de março, mais um caso de discriminação no futebol foi registrado no Brasil e, desta vez, a vítima foi um baiano. Em duelo pela Copa do Brasil Feminina, onde foi derrotado e eliminado da competição pela Ferroviária (SP), o São Francisco viveu dia de horrores em Araraquara (SP).
No gramado do estádio Arena da Fonte, as jogadoras do clube baiano ouviram insultos do tipo: "Todo nordestino tinha que ser exterminado", "porcos" e "pobres miseráveis" de parte da torcida adversário.
E as agressões não foram apenas verbais. Não satisfeitos com o ato discriminatório, cerca de 40 torcedores do time paulista ainda agrediram a delegação da equipe de São Francisco do Conde com objetos como sapato e garrafa de água. Uma bateria de celular atingiu o rosto do técnico e coordenador do futebol feminino do São Francisco, Mário Augusto, que levou um corte.
Indignado com o ocorrido, Mário, um dos principais colaboradores do futebol feminino na Bahia divulgou um comunicado oficial (confira ao final da matéria) clamando por justiça e o fim da discriminação. A proposta foi inteiramente amparada pela Federação Bahiana de Futebol (FBF).
Em apoio ao seu filiado, o presidente da entidade Ednaldo Rodrigues, repudiou o comportamento do grupo de torcedores. Assim que tomou conhecimento do ocorrido, o dirigente notificou a CBF e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Fonte: FBF
*Matéria postada originalmente em 20 de março