Fifa oficializa uso do árbitro de vídeo e deve confirmar mudança para Copa

Fifa oficializa uso do árbitro de vídeo e deve confirmar mudança para Copa

Por Redação Galáticos

Publicado em 04/03/2018, às 13h30

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A Fifa e a International Board oficializaram, neste sábado (3), o uso da tecnologia do árbitro de vídeo (VAR) no futebol, abrindo uma nova era no esporte e criando a possibilidade para a chegada de patrocinadores do setor de tecnologia.

Depois de uma reunião realizada em Zurique, as duas entidades deram o sinal verde para que o vídeo seja implementado para auxiliar árbitros.

"Decidimos aprovar a tecnologia para o futebol. A partir de hoje (sábado), o vídeo é parte do futebol e isso é muito importante. Debatemos por décadas e agora decidimos começar", disse Gianni Infantino, presidente da Fifa em uma coletiva de imprensa.

Segundo o presidente da Fifa, uma decisão de implementar a tecnologia na Copa do Mundo de 2018 será tomada em dez dias.

"Analisamos os testes com cerca de 20 países e, no final, os resultados foram positivos e conclusivos. O VAR é bom para o futebol e para a arbitragem. Traz mais justiça ao jogo", insistiu. "Isso terá um impacto no futebol."

A decisão sobre o vídeo não vem sem polêmicas. A Uefa insiste que a implementação é prematura e que, por enquanto, não a usará na Liga dos Campeões. O ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, também criticou a decisão, alegando que ela tinha o potencial de "desvirtuar" o futebol.

Em 2010, depois de ver a Inglaterra eliminada em um jogo contra a Alemanha na Copa do Mundo depois de um gol injustamente invalidado, Blatter disse que havia chegado o momento de aplicar o replay como forma de ajudar o andamento da partida.

Para a "nova Fifa", os estudos realizados sobre mais de mil jogos com o uso da tecnologia mostraram que o sistema funciona. Jonathan Ford, presidente da Federação de Gales, indicou que a decisão foi "unânime". Mas admitiu que foi ela quem mais resistiu.

Há um temor ainda de que a introdução da tecnologia possa criar um esporte em duas camadas: uma para aqueles países e ligas mais ricas e outro para quem não teria a capacidade de bancar a tecnologia.

Em uma medida que visa manter a partida em nível elevado e não causar lesões desnecessárias, uma quarta substituição será autorizada para que seja realizada durante a prorrogação de um confronto.

O esforço é o de corrigir erros da Copa de 2014. O Mundial foi marcado por um número importante de partidas que foram para a prorrogação. O que o departamento médico da entidade entendeu é que os jogos caíram em qualidade depois dos 90 minutos e que a saúde dos jogadores passava a ficar ameaçada, quando muitos eram forçados a ficar em campo mesmo se arrastando.

Americanos

Segundo fontes na Fifa, a introdução das diversas tecnologias no futebol apenas em 2018 mostra que o esporte está atrasado em comparação à NFL, NBA e diversas outras modalidades

Levantamentos realizados pela entidade para pensar o futuro do esporte concluíram que o "espetáculo" do futebol nas transmissões tem sido de qualidade inferior e com menor interatividade que os esportes americanos.

Na percepção dos especialistas, isso pode acabar tendo um impacto negativo nas próximas gerações de torcedores, amplamente conectados e esperando que o esporte também recorra às tecnologias para oferecer soluções e mesmo decisões.

Com a nova tecnologia, o plano da Fifa ainda é o de ter patrocinadores bancando cada uma das jogadas sob revisão. Isso tudo, claro, com suas marcas expostas nas emissoras de todo o mundo na Copa de 2018. A busca é por empresas do setor de tecnologia dos EUA, dispostas a entrar no mercado bilionário do futebol.

*As informações são do Estadão Conteúdo

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