Delator diz que propina garantiu Copa de 1998 na França na gestão de Havelange

Delator diz que propina garantiu Copa de 1998 na França na gestão de Havelange

Por Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)

Publicado em 04/06/2015, às 09h47

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Chuck Blazer, o homem que delatou a Fifa para a Justiça americana, confessou diante de uma corte nos Estados Unidos que cartolas receberam propinas para a escolha da França como sede da Copa do Mundo de 1998. Segundo ele, os pagamentos ocorreram em 1992, quando a Fifa era presidida pelo brasileiro João Havelange. A Copa de 1998 foi organizada por Michel Platini, atual presidente da Uefa e potencial candidato a ocupar o cargo de Joseph Blatter.

"Entre outras coisas, concordei com outras pessoas em 1992 para facilitar a aceitação de uma propina em relação à escolha da sede da Copa de 1998", disse Blazer, que foi vice-presidente da Federação de Futebol dos Estados Unidos e membro do comitê executivo da Fifa. O documento também aponta que o mesmo mecanismo foi usado para dar à África do Sul a sede da Copa de 2010.

Em um documento publicado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e que traz a confissão de Blazer, ele deixa claro que não foi o único a receber o dinheiro. "Começando por volta de 2004 e continuando até 2011, eu e outros do Comitê Executivo da Fifa concordamos em aceitar propinas em relação à escolha da África do Sul como sede da Copa de 2010", declarou o americano de 70 anos diante da corte dos EUA, no dia 25 de novembro de 2013.

Naquele momento, Ricardo Teixeira era um dos membros do Comitê Executivo da Fifa e votou pela África do Sul. O outro candidato a receber a Copa era o Marrocos. A escolha dos sul-africanos foi marcada pela presença de Nelson Mandela na Fifa, num dos momentos que a entidade mais se orgulha em mostrar imagens. Blazer não cita nomes em sua confissão. Mas deixa claro que a Copa foi comprada. Blazer é conhecido como o "senhor 10%" do esquema de corrupção da Fifa. Pesando mais de 190 quilos, só de desloca num carrinho elétrico, e costuma postar na internet fotos com fantasias excêntricas, de diabo ou de mestre Jedi.

Há uma semana, documentos do FBI indicaram também que os sul-africanos haviam pago 10 milhões de dólares ao então vice-presidente da Fifa, Jack Warner, em troca de votos. Nesta quarta-feira, os sul-africanos negaram que fosse suborno, mas sim de um programa social.
O dinheiro ainda teria passado por Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, que nega qualquer envolvimento e se recusa a pedir sua demissão. Blazer também confessou que recebeu propinas para os direitos de TV das edições de 1996, 1998, 2000, 2002 e 2003 da Copa Ouro.

Fonte: Veja e Estadão Conteúdo
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