Capitão e um dos líderes do elenco do Vitória, Willian Farias ficou conhecido por não ter papas na língua e falar o que pensa. Porém, desta vez, as declarações polêmicas do volante desagradaram a torcida.
O jogador, no intervalo da partida contra o Galícia afirmou que não se importava com as vaias e críticas dos torcedores ao time. Com a repercussão negativa, o atleta logo pediu desculpas em uma rede social.
Nesta sexta-feira (3), Farias pediu para falar com a imprensa no Barradão e reafirmou seu pedido de desculpas aos rubro-negros. "Só ressaltar meu pedido de desculpas, o respeito que tenho pelo torcedor. Acho que as pessoas escrevem o que querem, até no intervalo do jogo. Você vindo de um jogo que a gente sabe, a gente não é bobo, não quer enganar ninguém, não fazíamos bom jogo. Um amigo de vocês da imprensa me perguntou por que a torcida não estava gostando, vaiando. Simplesmente falei que, naquele momento, aquilo era o menos importante. Lógico que a gente quer o torcedor opinando, mas, naquele momento, a torcida vaiando, para nós, é o que menos importava. A torcida estava vaiando, eu ia fazer o quê? Eu ia para casa? Não voltava mais para o segundo tempo? Nesse aspecto, eu que quis falar. Estava uma atmosfera negativa no estádio, a gente sente isso. A gente sentiu que não estava bem. O torcedor tem todo o direito de cobrar, vaiar, fazer o que bem entender. No momento, eu estava com a cabeça quente, sabia que não tínhamos feito um bom jogo. Peço desculpas ao torcedor pela maneira que falei, não foi legal naquele momento. Que a gente possa aproximar e unir forças, foi isso que quis falar. Levei um drible no meio-campo, e a torcida comemorou. Se quiser puxar, tomei um drible e parecia que era torcida deles. Enfim, isso não vem mais ao caso. Eu vou me policiar mais nas entrevistas, ou até mesmo não dar. Foi o que estava sentindo naquele momento, sou ser humano, tenho emoções, medos, coragem e estou sujeito a erros. Vou encarar como um erro meu e nunca esquecer que o Vitória sempre será maior se todas as partes estiverem unidas, jogador, diretoria, comissão técnica e torcedor. Estou aqui para pedir desculpas mais uma vez. Aquela frase que usei no final do jogo, de quantos torcedores tinham no estádio, não é minha função no clube, minha função é jogar e honrar a camisa. Não caí de paraquedas aqui. Tinha meu contrato com o Cruzeiro. Eu escolhi estar aqui, junto com a antiga diretoria. Fui muito bem recebido pelo clube, funcionários, torcedor. Quero sempre o melhor para o clube e acho que, para isso, é preciso a união das partes", disse.
Visivelmente incomodado com a proporção tomada, o volante também revelou que passará um tempo se conceder entrevistas. "A gente sabe que o torcedor não gostou, mas em momento algum foi contra eles. O que sempre ressalto é a união entre as partes. Em momento algum xinguei o torcedor, apenas falei que, se no ano passado o torcedor encheu o estádio e foi difícil com eles, imagina sem eles. Será muito mais difícil. A união entre as partes é que faz o clube funcionar. O Barradão tem pressão sobre o adversário. Não estou sabendo falar, estou falando tudo errado, e por isso vou parar de dar entrevista, principalmente depois do jogo. Respeito a opinião do torcedor, entendo as vaias, os xingamentos, direito deles. Mas não está no contrato que tenho que concordar com tudo que é falado. Vou seguir minha vida, fazer o que fui contratado para fazer, jogar e não falar pelos cotovelos. Vou dar meu melhor pelo Vitória, o que eu sempre procurei fazer".
O jogador ainda destacou que desejaria um encontro com os torcedores para, frente a frente, saber o que cada um quer do time. "Eu ia perguntar qual o esquema tático que eles queriam, qual formação, quais jogadores. Hoje assisti a um programa em que falaram que o time está espaçado. Se fala em pontos, situações, mas a gente tem nossas convicções, A conversa que teria seria para propor isso. Talvez a gente jogue bem e perca. Como vai ficar? A gente está fazendo o melhor para ter uma partida para convencê-los. Até o 6 a 1 ficou ruim, porque tomou gol. Nesse ponto que vou falar agora, que talvez seja o mais importante, isso mostra como a gente quer que o Vitória seja maior, conquiste as coisas. Estar em primeiro não é o suficiente. Vamos brigar, falar menos e lutar mais para o Vitória vencer sempre e alçar voos maiores. Esse é nosso objetivo, foi passado para nós, os jogadores contratados. Mudaram muitas peças. Se vier outro treinador, vai pedir um tempo de um mês ou dois para encaixar. E, no futebol brasileiro, não tem tempo. Não sei se minha relação com a torcida vai ser abalada, mas estou fazendo minha parte, pedindo desculpas, não falando mais, e vou fazer meu trabalho dentro de campo", concluiu.
Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória