Ricardo Davi já se diz candidato e critica Ivã de Almeida: "Não há planejamento"
Segundo colocado na eleição para a presidência do Vitória no final de 2016, Ricardo Davi não poupou críticas à gestão de Ivã de Almeida. Em entrevista à Equipe dos Galáticos, na noite desta terça-feira (13), o empresário afirmou que o momento que o clube passa não deve nem ser classificado como 'crise'.
"Crise eu entendo como algo que vem minimamente organizado e algo de errado acontece para se tornar crise. Não vejo crise no Vitória, pois não há nada organizado aí. Um planejamento de um clube de Série A ancorado apenas em uma pessoa. Foi uma responsabilidade muito grande que Sinval colocou sobre as costas dele. Uma pessoa que tinha dez anos fora do mercado. Isso não é planejamento. Desde a campanha nós já apontávamos isso. Eles não tinham planejamento. O Vitória vive hoje uma falta de gestão, falta de liderança. Não há crise, há falta de gestão. É preciso liderança, gente com pulso firme, pessoas que saibam gerir pessoas, que saibam impulsionar pessoas a conquistarem os objetivos. Esse modelo de gestão que está aí no Vitória é muito difícil que dê resultado. As pessoas procuram o presidente e ele não está no clube", disse.
Porém, Davi não se mostrou a favor do impeachment de Almeida. "Eu sou muito legalista. Ou há alguma improbidade clara do presidente, ou ele tem que pedir para sair. Falcão renunciou porque quis. Qualquer outra forma não legal, institucional, eu não apoio, não participo".
Ex-diretor de Planejamento e de Marketing nas gestões de Carlos Falcão e Raimundo Viana, ele também comentou sobre a tentativa de seus adversários de ligá-lo a Paulo Carneiro, após a foto de um encontro seu com o ex-presidente ter sido divulgada nas redes sociais. "Tive oportunidade de conhecer Paulo Carneiro nos debates, não o conhecia pessoalmente. Mantivemos, desde aquela época, uma relação de respeito. Temos, obviamente, muitas divergências em relação ao processo de condução, a forma de condução (do clube). Eu o encontrei novamente no Barradão, no jogo contra o Paraná. Fui até ele e conversamos sobre a partida. Há divergências muito fortes no formato de condução, mas nos respeitamos", explicou.
Perguntado sobre a chance de ajudar a atual diretoria caso fosse chamado, Ricardo Davi descartou e já se anunciou candidato a presidente do Leão em 2019. "Eu tinha um excelente relacionamento com o presidente Raimundo Viana. Saí da diretoria dele por discorcar do modelo de gestão, discordava muito do vice-presidente Manoel Matos, de quem reconheço tudo que fez de bom. Esse modelo que está aí na gestão de Ivã de Almeida é muito diferente do que eu acredito ser o ideal. Estou estudando bastante, estou indo à Alemanha, visitar o Red Bull, e a Portugal, visitar o Benfica e o Porto para estudar os modelos de gestão deles. São bons exemplos do mundo e temos que nos basear no que dá certo. Estou estudando para concorrer novamente, sem dúvidas. Me preparei para essa última eleição e continuo me capacitando para 2019. O Vitória precisa de uma liderança".
O opositor voltou a comentar sobre os erros da gestão Ivã de Almeida e do grupo que o elegeu e citou como exemplo a novela Petkovic. "Essa chapa que está aí se elegeu em cima de um projeto político. Eles trabalharam muito bem a questão política. Conseguiram trabalhar bem a importância da reforma do estatuto, da eleição direta, da democratização do clube. Eles se elegeram com esse trabalho político, que é importante, mas esqueceram do projeto futebol, e o Vitória é um time de futebol. Não houve planejamento no futebol. Cito como exemplo o caso do Petkovic. Não existe aquilo que aconteceu. Ele chega como gerente, depois vira técnico e depois vira diretor. Isso não cabe no futebol moderno. Esse modelo de gestão está errado".
Mas, apesar das duras críticas, Davi se mostrou otimista com o futuro do Vitória na Série A. "Não vai cair. O Vitória vai ganhar amanhã, vamos conseguir mais um bom resultado. Sou torcedor do Vitória desde menino. Hoje tenho 56 anos. Sou rubro-negro, sócio e torço pelo sucesso do Vitória. O Vitória não vai cair", encerrou.