Por Redação Galáticos Online
Publicado em 08/04/2025, às 11h24O apresentador e narrador Galvão Bueno fez um pedido público de investigação, por parte do Ministério Público, acerca das denúncias feitas por uma reportagem da Revista Piauí contra Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Galvão fez o apelo durante a exibição do seu programa 'Galvão e Amigos', na Band, na última segunda-feira (7).
“Ministério público tem obrigação de abrir investigação sobre isso. Ministério público por favor, em nome do futebol brasileiro!”, disse Galvão Bueno.
A reportagem da Revista Piauí aponta para uma gestão marcada por favorecimentos, uso indevido de recursos e estratégias para consolidar poder, contrastando com a promessa de Ednaldo de moralizar a CBF. Ele foi reeleito por unanimidade no dia 24 de março. O novo mandato começa em março de 2026 e vai até março de 2030.
As principais acusações incluem:
- Gastos Extravagantes na Copa do Mundo de 2022: A CBF teria bancado uma comitiva de 49 pessoas sem vínculo direto com a entidade para a Copa do Catar, custando cerca de R$ 3 milhões. Isso incluiu voos de primeira classe, hospedagem em hotéis cinco estrelas e cartões corporativos com limite de US$ 500 diários. Entre os beneficiados estavam políticos como o deputado José Alves Rocha e o senador Ciro Nogueira, além de familiares de Ednaldo, como esposa, filha, cunhada, genro e netos.
- Aumento de Salários das Federações: Ednaldo elevou os salários dos presidentes das 27 federações estaduais de R$ 50 mil para R$ 215 mil mensais, um aumento de 330%, com direito a um 16º salário. Esse incremento é visto como uma estratégia para garantir apoio político e sua reeleição unânime em março de 2025.
- Despesas Pessoais e Favorecimentos: A entidade custeou despesas pessoais de dirigentes e aliados, como viagens familiares e estadias de luxo. Um exemplo é o caso de Roberto Góes, presidente da Federação Amapaense, que teve R$ 114 mil pagos pela CBF para uma viagem familiar sob pretexto de tratamento médico.
- Contratações Questionáveis: Ednaldo entregou o setor de transportes da CBF a uma empresa de seu ex-motorista com capital social de R$ 1, que cobrou valores exorbitantes, como R$ 158 mil por um dia de serviço. Também contratou uma empresa de segurança ligada a um amigo por R$ 200 mil mensais, apesar de recém-criada.
- Manobras Jurídicas e Gastos com Advogados: A CBF gastou mais de R$ 24 milhões em honorários advocatícios e acordos para reverter crises judiciais, como o afastamento de Ednaldo em 2023. Um contrato polêmico envolveu o IDP, ligado ao ministro Gilmar Mendes, que reconduziu Ednaldo ao cargo via liminar e reteve 84% da receita dos cursos da CBF Academy.
- Denúncias de Assédio: A ex-diretora de patrimônio Luísa Xavier da Silveira Rosa acusou Ednaldo de assédio moral, alegando retaliações e esvaziamento de funções. Ela também relatou assédio sexual por parte de outros dirigentes, como Rodrigo Paiva e Arnoldo Nazareth Filho, e a presença de prostitutas em eventos da CBF.
- Corte em Investimentos na Arbitragem: Apesar da receita bilionária (mais de R$ 1 bilhão anual), a CBF reduziu verbas para treinamento presencial de árbitros, substituindo-os por videoconferências, enquanto priorizava gastos com aliados.