Michel Temer vira alvo de protestos em estádios de futebol pelo Brasil

Michel Temer vira alvo de protestos em estádios de futebol pelo Brasil

Imagem Michel Temer vira alvo de protestos em estádios de futebol pelo Brasil

Por Folhapress

Publicado em 06/06/2016, às 22h54

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Florianópolis. Avaí e Ceará, Série B do Campeonato Brasileiro, dia 28 de maio. O time catarinense vence o rival por 4 a 2. Na arquibancada, surge a faixa: "Fora, Temer".   Belo Horizonte. Atlético Mineiro e São Paulo, Libertadores, dia 18. A faixa: "Lutar, lutar lutar. Temer jamais".   Belém. Paysandu e Gama, final da Copa Verde, 3/5. A faixa: "Vaza, Temer golpista".    Seja pela grande concentração de pessoas, seja pela transmissão dos jogos na televisão, grupos contrários ao governo Michel Temer (PMDB) elegeram estádios de futebol para protestar contra o presidente interino.    "Futebol e política não estão dissociados", diz o estudante Lucas Inocêncio, 23, que organizou um protesto do tipo no jogo Flamengo x Fortaleza, na Copa do Brasil, na capital cearense, no dia 18.    Opinião parecida tem o advogado José Maria Vieira, 41, um dos organizadores do ato em Belém. "A faixa é uma questão midiática, de protesto, pura desobediência. É uma questão de desafio à autoridade e ao poder", conta o torcedor do Paysandu.    Ele afirma que o grupo do qual faz parte, Ocupar a República, entrou no estádio com a faixa em uma mochila e passou sem problemas pela revista. Ficou na torcida adversária, para onde as câmeras do estádio Mangueirão geralmente apontam.    Estenderam a faixa quando um grupo que via o jogo pela TV avisou que filmavam a arquibancada. Sucesso: torcedores no local que não faziam parte da ação ajudaram e se empolgaram, e não houve protestos de pessoas que discordavam da mensagem.  O mesmo "modus operandi" foi relatado pelos organizadores de atos semelhantes.    "Tem muito jovem de periferia nos estádios, por isso a gente ganha o apoio das torcidas", conta a assistente social Laila Costa, 27, do Levante Popular da Juventude, que levou uma faixa ao primeiro jogo da final da Copa do Nordeste, entre Santa Cruz e Campinense, no Recife, em que chamava a Rede Globo de apoiadora do "golpe".    Na partida entre Fortaleza e Flamengo, havia também uma faixa contra a emissora: "Globo golpista".    Faixas similares foram erguidas na final do Campeonato Gaúcho e em jogo entre Vasco e Flamengo em março, no estádio Mané Garrincha.      DEMOCRACIA CORINTIANA    Os organizadores citam, como referência, a Democracia Corintiana, movimento surgido no time paulista nos anos 1980, e as faixas da Gaviões da Fiel contra a CBF e a chamada "máfia da merenda", esquema de desvio de recursos SP no qual o presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), é suspeito de envolvimento.   A torcida corintiana tem Capez como desafeto desde sua atuação, ainda como promotor, contra as organizadas paulistas.    Protestos em estádios foram vistos também contra o governo Dilma desde a Copa das Confederações de 2013.    A Polícia Militar tem recolhido as faixas assim que elas são abertas nos estádios.    Em linhas gerais, a Constituição Federal de 1988 diz que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato".    O Estatuto do Torcedor, lei federal, proíbe, porém, no artigo 13-A, "portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas" e "utilizar bandeiras, inclusive com mastro de bambu ou similares, para outros fins que não o da manifestação festiva".    O Regulamento Geral das Competições de 2016, da CBF, por sua vez, diz que o uso de faixas e cartazes, além de "manifestações em geral", "somente poderão ser realizadas com autorização expressa da CBF", desde que as torcidas façam o pedido dois úteis antes das partidas.    A Fifa também proíbe atos políticos em competições organizadas pela entidade, como a Copa do Mundo e a Copa das Confederações.    Procurada, a Rede Globo não se manifestou sobre os atos contra a emissora. Em abril, o locutor Galvão Bueno disse, durante transmissão, que "protestar é um direito de todo cidadão".

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