Na Baía de Guanabara, velejadores brasileiros treinam ao lado de adversários

Na Baía de Guanabara, velejadores brasileiros treinam ao lado de adversários

Imagem Na Baía de Guanabara, velejadores brasileiros treinam ao lado de adversários

Por Redação Galáticos Online (Twitter: @galaticosonline)

Publicado em 28/07/2016, às 02h33

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A Baía de Guanabara será o palco da vela na Olímpíada do Rio de Janeiro, mas suas águas já são navegadas por bandeiras de atletas estrangeiros desde os últimos jogos. Enquanto em muitos esportes os treinos e estratégias são repetidos em ginásios fechados, na vela, os brasileiros treinaram com boa parte dos seus adversários nas raias que começarão a receber as provas em 8 de agosto.

O coordenador técnico da seleção brasileira de vela, Torben Grael, disse que é comum que no esporte os treinos sejam feitos em conjunto e, quanto mais estrangeiros de alto nível presentes no cotidiano, melhor é a preparação. "Têm alguns específicos de velocidade em que você faz um acordo com alguém ou, às vezes, com mais de um que são seus parceiros de treinamento. E têm as competições de treino que quanto mais [atletas] têm, melhor".

Famosa entre os velejadores por ser imprevisível e "não ter um dia igual ao outro", a Baía de Guanabara recebeu com muita frequência atletas da Grã-Bretanha, da Nova Zelândia e da Holanda. Para Grael, a vantagem de "jogar em casa" acabou ficando menor. "No caso da Baía de Guanabara, não sei se é uma vantagem tão grande, porque os principais estão aqui treinando e fazendo adaptação. Acho que descobriram bastante coisa".

O velejador Ricardo Wikini, o Bimba, concorda que os principais adversários já passaram a conhecer a baía. Os principais que vieram brigar por medalha com certeza. O velejador conta que seus principais parceiros de treino são os espanhóis, os mexicanos e o português João Rodrigues, que considera seu melhor amigo. "É importante testar a velocidade do adversário e ver como está andando. Sozinho, é impossível treinar".

Mesmo com essa parceria, treinar sozinho é uma necessidade que acaba sendo negociada entre os atletas, já que a baía é uma só. Ele lembrou um treino recente em que viveu essa situação: "Na última hora, o inglês me mandou uma mensagem falando que quer treinar sozinho, e eu respeitei 100%. Não é nada pessoal. O cara é meu adversário e quer testar alguma coisa que não quer que eu veja, e eu entendi perfeitamente. No dia seguinte, treinamos juntos de novo".

Medalhista olímpica na vela, Isabel Swan, da classe Nacra 17, compara os treinos a jogos amistosos. "É bom pra conhecer o seu adversário, porque é um treino de nível alto", conta ela, que fez amizade com os estrangeiros, mas com uma ceta distância. "Se não, a competição continua em terra. A gente tem amizade e tudo, mas com um certo limite, porque todos têm o mesmo objetivo".

Martine Grael, da categoria 49erFX, pensa em como vai ser quando os estrangeiros forem embora. "Para gente, virou até rotina. Vai ser difícil é quando eles saírem".

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