Torcedoras do Atlético-MG criticam machismo em lançamento de camisa do clube
Por Agência Brasil
Publicado em 17/02/2016, às 10h15
Para uma das signatárias do texto Roberta Oliveira, a carta, postada em um blog de torcedores, foi uma reação à postura do clube, “que deixa sempre a desejar na questão do relacionamento com as mulheres torcedoras”. Para Roberta, a insatisfação com as ações de clubes é antiga e o evento desencadeou a resposta. “Se elas [modelos] tivessem utilizando o uniforme do clube no desfile, a reação seria diferente. O clube não desenvolve produtos femininos para serem comercializados”.
A Torcida Galo Marx também manifestou-se contra a atitude do Galo. Em nota, o grupo de torcedores afirma que “os corpos das mulheres atleticanas, representados nas modelos que trajavam as camisas ditas femininas e calcinhas, não são mercadorias, objetos de consumo ou parte do espetáculo grotesco que visa reafirmar o futebol como espaço masculino”. Luara Ramos, membro da torcida, afirma que a luta do grupo é pela democratização do futebol, que também inclui a igualdade de gênero.
As torcedoras reclamam do machismo presente no universo do futebol. “Eles acham que a mulher não tem o direito de gostar do futebol”, afirma Roberta Oliveira. Ela diz que nos estádios, as mulheres estão expostas a todo tipo de agressão, sexual e física, e que isto afasta as torcedoras dos clubes. Para Luara, o futebol é reflexo da sociedade machista. “Defendemos que as torcedoras tenham mais espaço dentro do próprio clube, para se sentirem mais representadas."
Para o clube, não há porque mudar
Procurado pelo Portal EBC, a assessoria de imprensa do Atlético Mineiro disse não ver razão para a polêmica e que nenhum dirigente daria entrevista. A assessoria apenas reproduziu uma fala do diretor de comunicação do clube, Domênico Bhering, para outros veículos de comunicação. "O Atlético respeita o direito democrático das pessoas de discordarem, mas isso não significa que temos que concordar com as críticas. Não iremos responder a isso. Não houve excesso nem atitude machista. Mas reforçamos o direito de críticas e elogios. Há quinze anos agimos dessa forma, e essa foi a festa mais elogiada. Não há porque mudar algo que vem dando certo há esse tempo", concluiu o diretor.
Novas polêmicas
Nesta terça, circularam nas redes sociais imagens de etiquetas de uma peça produzida pela Dry World para o Atlético Mineiro que continha na indicação de lavagem a seguinte instrução em inglês "give it to your wife", que significaria "entregue para sua esposa [lavar]". A menção também foi repudiada pelos torcedores na internet por a considerarem machista.
Em nota, a empresa pediu desculpas aos torcedores e afirmou que a peça não havia sido aprovada pela empresa e foi distribuída erroneamente e que "precauções foram tomadas para evitar que este tipo erro aconteça novamente".
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