Artigo: Já não vale a pena analisar o Vitória; Time sem alma

Qualquer análise do elenco ou dos jogos do Vitória neste momento já não tem serventia.

A equipe apresenta as mesmas falhas e defeitos que tinha há mais de um ano atrás, quando o time ainda disputava a primeira divisão, mas a inércia do grupo que hoje dirige o Leão já era uma realidade.

Um time que entra na competição mais importante da temporada com um jogador improvisado, em qualquer que fosse a posição, não apenas como acontece na lateral direita, não pode ser levado a sério, como candidato a um acesso. Pior: a conversa tem que ser uma fuga do rebaixamento.

Das características negativas que acompanham a equipe por todo o tempo citado, a que mais assusta é a falta de vontade, de raça. O time parece não ter alma, reflete as decisões tomadas pela diretoria, que tem um limite de competência. E quando esse limite é atingido, o amadorismo do clube fica exposto.

Sem ter sequer um planejamento decidido, as esperanças (e o dinheiro) foram investidas em um ídolo no ataque e um meia veterano, que já havia fracassado em uma recente tentativa de voltar ao futebol brasileiro.

Pois bem. O atacante foi escolhido como grande culpado nos vexames do estadual e no regional. O meia veterano atrasa os contra-ataques e perde gols na pequena área. Resultado: é vaiado ainda no primeiro tempo das partidas no Barradão, jogo sim e outro também.

Como jornalista, costumo convocar os torcedores ao estádio, mas hoje, no caso do Vitória, tenho vergonha de fazer isso. A torcida não pode abandonar o clube em uma fase ruim, é verdade, mas ninguém merece ter que enfrentar chuva e dificuldades para chegar ao Barradão para ver o que a gestão rubro-negra vem oferecendo.

Os protestos duraram toda a temporada de 2014. Ao que tudo indica 2015 é o ano em que a desistência do torcedor é o único caminho para que os homens que hoje comandam o Vitória percebam o quanto estão sendo prejudiciais ao clube que dizem amar.