Esperança em pedaços
Por Tarso Duarte (@tarsoduarte)
Publicado em 25/10/2016, às 16h52Na tentava de ajudar em um momento complicado, uma nova parcela da torcida do Vitória conheceu de perto, no último domingo, o que uma diretoria de segunda divisão é capaz de fazer, quando monta um time para disputar a Série A do Campeonato Brasileiro.
A exemplo do que já aconteceu em 2010 e 2014 (com muito mais dinheiro em caixa desta vez), o formato apelidado carinhosamente de ‘Oligarquia’, por torcedores que enfrentam sol e chuva na arquibancada do Barradão, foi muito bem representado, na figura de um time incapaz de vencer sequer a equipe reserva de um candidato ao rebaixamento na elite do Brasileirão.
A esperança, sentimento que chegou a ser renovado em triunfos surpreendentes contra Grêmio e Chapecoense longe de Salvador, ficou em pedaços. A realidade em que foi colocada por membros da direção como o vice-presidente Manoel Matos e o diretor e futebol Anderson Barros, foi expressada da maneira mais triste na história do clube pela torcida. Não foi possível esconder a vergonha que o time comandado por Argel provocou.
Mais de 27 mil pessoas até tentaram empurrar em alguns momentos da partida, mas sem um elemento minimamente motivador vindo das quatro linhas, acabaram aceitando o destino que a direção comandada por Raimundo Viana um dia previu como sendo de um Vitória protagonista em 2016. A própria torcida decretou e gritou: ‘Segunda divisão’.
O ‘gás’ inicial causado pela troca de treinador acabou. Agora o Vitória depende do talento de jogadores como Vander, Euller e Diogo Mateus...Como não se revoltar?
Faltando agora seis jogos para o fim do Brasileirão, o rubro-negro se mostra abaixo dos principais adversários na luta contra o rebaixamento. Coritiba, Internacional e Sport são superiores não só na pontuação, mas na capacidade de decidir. O Leão se juntou definitivamente ao Figueirense como o principal candidato a fechar o Z-4 ao fim das 38 rodadas, junto com América-MG e Santa Cruz.
Os rubro-negros atraídos pela promoção de ingressos a R$ 10 dificilmente voltam a encher o Barradão como fizeram com o Cruzeiro nesta reta final. Os torcedores ‘certos’, que eram presença constante, já deixaram de freqüentar as arquibancadas do santuário rubro-negro há um bom tempo nesta temporada.
Logo, no Barradão, só estarão os familiares de atletas, diretores e conselheiros do clube.
Afinal eles sim estão conectados com aqueles que realmente mandam, desmandam e pretendem continuar fazendo o mesmo no Barradão. Eleição direta na Toca do Leão só ‘passando por cima dos cadáveres’ de uns e outros.
O torcedores comuns não tem vez nem voz no rubro-negro. É assim e acabou.
Aqueles novos, esperançosos, e também os antigos torcedores, que são os verdadeiros capazes de transformar o Barradão em um caldeirão, como fizeram na sua última tentativa de ajudar, parecem fadados a serem feitos de palhaços, humilhados quando o time do coração disputar a primeira divisão. A realidade apresentada pelo atual modelo de gestão é esta, e ela vai continuar gostando a maioria da torcida ou não.
Parecem até que fazem times fracos de propósito, pois sabem, como já escrevi neste espaço anteriormente, que no ano seguinte ainda viram verdadeiros heróis em caso de um novo acesso.
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