Veja os sete pecados que resultaram no rebaixamento do Bahia

Veja os sete pecados que resultaram no rebaixamento do Bahia

Imagem Veja os sete pecados que resultaram no rebaixamento do Bahia

Por Redação Bocão News

Publicado em 08/12/2014, às 13h28

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Em um ano que começou com esperança de um novo tempo, o que se viu foi uma sucessão de falhas que custaram caro ao Bahia, rebaixado no último domingo (7).    Embates internos, contratações equivocadas, atrasos de salários e uma pífia campanha em casa. A lista de equívocos do clube em 2014 poderia ir longe.   O GloboEsporte.com listou os sete maiores erros que culminaram no quarto rebaixamento da história Tricolor, o terceiro para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.       INEXPERIÊNCIA DA DIRETORIA    Em setembro de 2013, a diretoria encabeçada por Fernando Schmidt tomou posse e passou a tocar o Bahia durante o Campeonato Brasileiro. Apesar de já ter passado pela presidência do clube na década de 1970, os mais de 30 anos longe do futebol pesaram para Schmidt. Soma-se a isso o fato de ter como principais conselheiros o vice Valton Pessoa e o assessor especial da presidência Sidônio Palmeira, figuras sem experiência no futebol. Mais de 25 jogadores foram contratados, além de quatro diretores de futebol, três treinadores e constantes trocas na gerência.  A falta de experiência permitiu que o primeiro diretor de futebol da temporada, William Machado, abrisse as portas do clube para apostas que pouco tempo depois se mostraram equivocadas. Uma delas, o atacante Rhayner e o então diretor de futebol Rodrigo Pastana quase chegaram às vias de fato. O fim da gestão com o antigo diretor de negócios, Pablo Ramos, à frente do principal departamento do clube evidencia os erros da administração.      TROCAS DE COMANDO NO FUTEBOL    Sai William Machado entra Ocimar Bolicenho, que sai para a entrada de Rodrigo Pastana, que deixa o clube para a entrada de Pablo Ramos. A diretoria de futebol do Bahia passou por quatro mãos em 2014. William Machado alegou razões pessoais para deixar o clube ainda no começo da temporada, mas já com vários contratados. Pouco mais de um mês depois, Ocimar Bolicenho assumiu o departamento de futebol. O dirigente ficou entre abril e julho, quando mais uma vez a diretoria de futebol passou por mudanças. Pego de surpresa com a demissão, Bolicenho deu lugar a Rodrigo Pastana.   Paralela à saída de Bolicenho, o Bahia trocou pela primeira vez de treinador na temporada. Marquinhos Santos deixou o clube de forma melancólica. No fim de julho, o técnico sentou no banco de reservas da Arena Fonte Nova para comandar o Bahia na partida contra o Internacional já demitido. Um treinador interino de si mesmo demonstrou o despreparo da equipe para a possibilidade de uma troca de comando.    Além disso, o Bahia ainda teve que esperar por Gilson Kleina, que por conta de acordos financeiros com o Palmeiras demorou a chegar. Enquanto isso, Charles virou comandante interino. Após quase um mês, Kleina assumiu o Bahia, mas caiu cerca de 90 dias depois para dar lugar a Charles Fabian. Pouco antes, Rodrigo Pastana havia deixado o clube, abrindo espaço para o quarto diretor de futebol do ano: Pablo Ramos, antigo diretor de negócios. Sob essa gestão no futebol, o Bahia retorna à Segunda Divisão, após quatro anos seguidos na elite nacional.      CONFLITOS INTERNOS    A primeira gestão eleita de forma direta no Bahia chegou ao poder carregada de esperança. No entanto, a união de diversas correntes também trouxe conflitos internos. Na imprensa, em alguns momentos o ex-diretor financeiro do clube, Reub Celestino, revelou desentendimentos na diretoria.    As divergências entre o financeiro comandado por Reub, e os departamentos de futebol e negócios, representados por Sidônio Palmeira, Valton Pessoa e Pablo Ramos, travaram embates que de um modo ou outro refletiram dentro de campo. Em agosto, Diego Macedo reclamou publicamente após um treinamento.    O jogador chegou a ser dispensado, mas o clube voltou atrás. Outro conflito aconteceu entre o atacante Rhayner e o então diretor Rodrigo Pastana. Os dois quase chegaram a trocar agressões. O atleta foi afastado, mas diferente de Diego Macedo não teve perdão, e terminou com contrato rescindido.    Com Charles efetivado como técnico, uma nova confusão se instalou no Fazendão. Os volantes Uelliton e Leo Gago, além do meia Branquinho, passaram a treinar em separado do grupo profissional. Uelliton não gostou da medida e criticou a diretoria tricolor.      CONTRATAÇÕES EQUIVOCADAS    Em 2014, os diretores tricolores não deixaram de repetir os antigos erros. Foram 26 contratações. Destes reforços, sete deixaram o clube - dois deles sem  estrear com a camisa do Bahia: Jonathan Reis e Sérgio Raphael. O atacante e o zagueiro fizeram parte do primeiro pacote de contratações feito pelo Tricolor – junto com eles, foram anunciados também o volante Diego Felipe e o atacante Hugo. Os dois, no entanto, não permaneceram muito tempo no Fazendão. Menos de uma semana depois de apresentado, o GloboEsporte.com apurou que Reis, que teve uma grave lesão em 2010, voltou a sentir dores no joelho e foi dispensado. Já o zagueiro deixou o clube por deficiência técnica, mesmo depois de tentar negociar sua permanência.    O Tricolor ainda penou por boa parte do ano sem um centroavante, já que Kieza, contratado para resolver o problema de gols do time, só chegou em julho, com a competição em andamento. Antes dele, Marcão, sem sucesso, vestiu a 9. Já a sonhada camisa 10, guardada para quando o clube alcançasse a marca de 30 mil sócios, ou para quando o argentino Romagnoli pisasse no Fazendão, ficou órfã. Ou melhor: o número emblemático vestiu o corpo de Marcos Aurélio, atacante de origem, mas que também desempenha a função de meia.    A principal delas envolve Leandro Romagnoli. A novela começou quando o jogador, ainda no início do ano, assinou um pré-contrato com o Bahia. O sinal de alerta foi ligado quando o meia, ídolo do San Lorenzo, começou a dar sinais de que estaria arrependido do acordo. Com a obrigação de se apresentar no Fazendão no dia primeiro de julho, El Pipi decidiu permanecer no clube argentino, onde faturou o título da Libertadores. Após a conquista, apresentou-se ao Tricolor, ratificou o desejo de continuar a defender as cores do time do Papa Francisco e se comprometeu a pagar uma multa de cerca de 300 mil dólares pela quebra do acordo - o Bahia cobrava U$ 500 mil, multa que constava no contrato assinado no início do ano.   Sebá Pinto foi outro um capítulo conturbado no enredo de contratações do Bahia. O atacante chileno do Bursaspor, da Turquia, chegou a ser anunciado pelo clube, os sócios foram informados do negócio por meio de mensagem de texto, mas o chileno jamais desembarcou no Fazendão. O problema é que, quando tudo já estava acertado, o clube turco decidiu pedir R$ 400 mil para liberar o atleta. O Tricolor baiano se negou a pagar a quantia e o negócio foi desfeito.  
POUCA ENTRADA DE RECEITA
Das ações traçadas pelo diretor de negócios, Pablo Ramos, apenas o aumento no número de sócios deu certo. Já a captação de recursos por um patrocinador master deixou a desejar e o clube passou boa parte da competição variando as marcas que estamparam a camisa Tricolor, com valores pagos muito abaixo do mercado. Outra ação que deixou a desejar e mal foi praticada foi a valorização da marca do clube. O único fruto foi durante a Copa do Mundo, quando os alemães Neuer e Schweinsteiger cantaram o hino do Tricolor nas ruas de Santa Cruz Cabrália, devidamente trajados com o uniforme do clube. Poré, as camisas foram cedidas pelo zagueiro Dante e por um torcedor baiano, sem qualquer esforço do clube, que acabou pegando carona no episódio.
ATRASO DE SALÁRIOS
Mesmo sem patrocínio master e fonte de receita estável, os salários e gastos com o departamento de futebol de aumentar, o que ocasionou no atraso dos pagamentos, como por exemplo, nos meses de agosto e setembro, que a dívida ficou acumulada e trouxe insatisfação dos jogadores. Com a exposição dos atrasos, a única forma para solucionar foi o adiantamento  de receitas futuras das cotas de direito de transmissão dos jogos, prática comumente adotada no passado e que era execrada pela atual gestão tricolor.
CAMPANHA FRACA COMO MANDANTE
Entre os inúmeros erros do Bahia, no Campeonato Brasileiro de 2014, a pífia campanha em casa é certamente um dos determinantes para o rebaixamento do clube. O Tricolor confirma o rebaixamento na 38ª rodada com o pior rendimento entre os mandantes: apenas 38,60% de aproveitamento nos jogos disputados em casa.  Acostumado a fazer do seu mando de campo um caldeirão, o Bahia teve nos jogos disputados em seus domínios quatro empates, nove derrotas e apenas seis vitórias. Os triunfos foram contra Botafogo, Goiás, Sport, Flamengo, Grêmio e Figueirense, este diante dos catarinenses, em Feira de Santana, no estádio Joia da Princesa. Coincidência ou não, o único triunfo como mandante fora da Fonte Nova foi também o único onde o Bahia venceu por mais de um gol de diferença e único no campeonato onde marcou mais de dois gols. Além disso, na campanha dentro de casa, o Tricolor marcou 14 gols e sofreu 17.

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