Vizinho do juiz, vice da FBF crava resultado do caso da ‘mala preta’
Vizinho do juiz, vice da FBF crava resultado do caso da ‘mala preta’
Por Redação Galáticos Online (Twitter: @galaticosonline)
Publicado em 05/01/2014, às 15h34
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O julgamento que acontece nesta segunda-feira (6), no Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA), em que o Camaçari pede a suspensão do Campeonato Baiano parece já estar com as ‘favas contadas’. Em entrevista a radio Sociedade neste domingo (5), o vice-presidente e assessor jurídico da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Manfredo Lessa, antecipou que a liminar que visa suspender o início do Baianão não será concedida pelo tribunal.
Em contato com o Galáticos Online, o presidente do Camaçari, Fernando Lopes, demonstrou insatisfação com as declarações do dirigente da FBF. “Ele é vizinho do presidente do Tribunal e está antecipando a decisão”. Manfredo Lessa e Luís Henrique Maia Mendonça, presidente do TJD-BA, moram no mesmo condomínio, em residências adjacentes.
O dirigente do Camaçari revelou ainda o que espera do julgamento desta segunda-feira (5). “Espero uma neutralidade do Tribunal. Espero que sejam neutros e que não tenha envolvimento do presidente da Federação e do Manfredo Lessa. Depois que ele vai para a rádio e fala uma coisa dessas, a gente fica na dúvida”, completou.
Lessa já teve um imbróglio no início do desdobramento do caso da mala preta. Na época, o Tribunal questionou se o clube camaçariense dependia somente dele próprio para se classificar. A resposta da entidade baiana, em documento assinado pelo vice-presidente e assessor jurídico foi não. No entanto, a avaliação foi feita de forma incorreta, já que o Camaçari dependia apenas de si próprio para avançar na competição estadual.
Em entrevista exclusiva ao Galáticos Online, o assessor jurídico da FBF assumiu o erro e esclareceu a situação. “Na realidade foi o seguinte. Foi concluído o inquérito e o presidente do Tribunal solicitou que a Federação Bahiana de Futebol respondesse a duas questões e encaminhasse o regulamento da 2ª divisão do Campeonato Baiano. Como o tempo acabou ficando curto, e fui informando no sábado que o julgamento seria na segunda-feira, fiz a resposta e acabei cometendo um equívoco, quando depois fui me certificar que ele [o Camaçari] dependeria apenas dele”, disse.
Entenda o caso
O Camaçari Futebol Clube ingressou na tarde de sexta-feira (03) com um mandado de Garantia no Tribunal de Justiça Desportiva, pedindo a suspensão do inicio do Campeonato Baiano da 1ª divisão 2014 até que se esgotem todas as fases processuais e a consequente decisão final do processo que o clube move contra a Catuense, já conhecido como a “mala preta” do futebol baiano. O caso deve chegar ao STJD, no Rio de Janeiro e, caso o campeonato se inicie realmente como está previsto, dia 08 de janeiro, poderá haver interferência direta no final do referido processo no quadro de associações participantes do certame de 2014.
Trata-se de Mandado de Garantia Preventivo com pedido de concessão de Medida Liminar, já que o CBJD – Código Brasileiro de Justiça Desportiva - determina que todos os processos sejam julgados em conformidade com o Princípio da Celeridade (art. 2º, II do CBJD). O processo de nº 064/13 teve início em Julho de 2013 e até o momento não foi definitivamente julgado.
Neste caso, todos os prazos previstos no CBJD foram superados sem uma solução definitiva e o Camaçari entende que tem o direito líquido e certo de ter o julgamento definitivo daquele processo nos prazos fixados em lei, que são, obviamente, antecedentes ao início do Campeonato Baiano Profissional da 1ª Divisão de 2014.
O Camaçari não se inscreveu para nenhuma competição em virtude do processo que se arrasta no Tribunal. Enquanto isso, o Ipitanga, que deu causa a todo esse imbróglio, sequer foi denunciado pela procuradoria do TJD e está devidamente inscrito para disputar a 2ª divisão em 2014.
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