Seleção de Nado Sincronizado chega para inaugurar nova Piscina Olimpica da Bahia

Desembarcou na manhã deste domingo 27, em Salvador, a Seleção Brasileira de Nado Sincronizado que vai disputar, em agosto, os Jogos Olímpicos Rio 2016. Capitaneada pelo presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) Coaracy Nunes Filho, a equipe traz como principal atração, o “dueto olímpico” formado por Luísa Borges e Maria Eduarda (Duda) Micucci.

Secretário estadual do Trabalho e Esportes Álvaro Gomes acompanhado do diretor Geral da Sudesb Elias Dourado e do presidente da Federação Baiana de Desportos Aquáticos (FBDA) Sérgio Silva, recepcionou a comitiva a partir das 9h20. Logo apos o desembarque, a coordenadora do grupo Sônia Hercowitz anunciou à imprensa que, na primeira quinzena de julho, a equipe olímpica brasileira estará treinando tempo integral em Salvador. “Vamos ficar por 15 dias, antes dos Jogos do Rio 2016, competição que queremos ter um excelente resultado e chegar entre as melhores do mundo”, avisou.

NA BAHIA

Em Salvador, a seleção realizará quatro apresentações na noite desta segunda-feira 28, na inauguração da Nova Piscina Olímpica da Bahia. Com as atletas Luisa Borges, Maria Eduarda Miccuci, Lara Teixeira, Lorena Molinos, Beatriz Feres, Branca Feres, Maria Bruno, Pamela Nogueira, Juliana Damico, Maria Clara Lobo Coutinho, Sabrine Lowy, Giovana Stephan e o atleta Renan Alcântara. Duas técnicas compõem o grupo: Maura Xavier e Magali Cremona. A outra, Gláucia Soutinho ficou no Rio de Janeiro.

A atual Seleção Brasileira de Nado Sincronizado está reunida desde o início de 2014, trabalhando com o foco totalmente voltado para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Os treinamentos físicos e técnicos acontecem na piscina do Centro Aquático Maria Lenk e na piscina da Escola Naval, de segunda a sábado, das 7h às 15h. Segundo Sônia Hercowitz, a única definição para os jogos Rio 2016 é no dueto olímpico “já garantido por Maria Eduarda Miccuci, a Duda, e Luísa Borges”.

Meados deste mês de março, a equipe brasileira conquistou o título absoluto do Sul-Americano de Esportes Aquáticos, realizado em Assunção, Paraguai. Em seguida houve a pré-convocação para os Jogos Olímpicos 2016. A lista conta com nove atletas, número máximo que o Comitê Olímpico Internacional permite e inclui as nadadoras do dueto olímpico e a reserva da equipe. “A relação final será enviada em julho, data limite de inscrições” , entrega a coordenadora.

ENTREGA

O público baiano e convidados vão conhecer a Nova Piscina Olímpica da Bahia, nesta segunda-feira 28. A partir das 15h30 com competições promovidas pela FBDA, envolvendo crianças de 6 a 11 anos. À noite, às 19 horas, a Seleção Brasileira de Nado Sincronizado fará quatro apresentações com a presença do governador Rui Costa.

O novo equipamento esportivo é um presente do Governo do Estado através da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda Esporte (Setre) a Salvador pela passagem dos 467 anos de fundação da primeira Capital do Brasil. A Nova Piscina Olímpica da Bahia é destinada à iniciação esportiva e a melhoria da performance dos atletas de alto rendimento e poderá receber provas de Natação, Nado Sincronizado e Pólo Aquático.

Suas dimensões oficiais são: 50m de comprimento por 25m de largura; 3 metros de profundidade e 10 raias com 2,5m de largura cada. Das dez raias, duas ficarão livres para facilitar a dispersão das águas. A área total do equipamento esportivo é de 12.195,67m². A instalação conta ainda com um corredor técnico que permite fazer a manutenção e reaproveitamento da água tratada 24h por dia, com controle do PH por monitoramento eletrônico. Toda essa tecnologia torna a estrutura um dos espaços esportivos mais modernos do país.

As duas primeiras etapas da obra consumiram investimentos da ordem de R$ 15 milhões. A Nova Piscina Olímpica da Bahia está localizada na Avenida Bonocô – a 100 metros da Estação do Metrô.

NADO SINCRONIZADO

Se comparado a outros esportes, o nado sincronizado pode ser considerado ainda um bebê. A primeira aparição da modalidade nas Olimpíadas foi em Los Angeles-1984. O nado sincronizado tem outra particularidade que vem desde o seu nascimento: o caráter artístico. Isso porque a modalidade surgiu, entre o fim do século 19 e o início do século 20, como um verdadeiro balé aquático.

No início, as apresentações eram feitas por homens, mas logo as mulheres passaram a dominar. O primeiro registro de apresentação de balé subaquático é de 1907, em Nova York. Naquele ano, a australiana Annette Kellerman se apresentou no New York Hippodrome dentro de um tanque de vidro.

Mas o nado sincronizado não se transformou no que é hoje tão facilmente. Mesmo com algumas apresentações em competições de natação ao longo dos anos, foi somente em 1934, na Feira Mundial de Chicago, que o termo “nado sincronizado” foi utilizado pela primeira vez. A partir dali, o esporte tomou forma e os atletas começaram a se aperfeiçoar técnica e fisicamente.

Após a primeira competição oficial ter sido disputada em 1940, o nado sincronizado não perdeu tempo e buscou logo virar um esporte olímpico. O caminho não foi fácil. De 1952 a 1968, participou como esporte de demonstração. A primeira conquista oficial foi em 1955, nos Jogos Pan-Americanos do México.

Alguns anos mais tarde, em 1973, já sob o comando da Federação Internacional de Natação (Fina), foi disputado o primeiro Campeonato Mundial da modalidade. Com a globalização do nado sincronizado, o Comitê Olímpico Internacional (COI) acrescentou o esporte à lista oficial em 1982. A estreia, portanto, ocorreu em Los Angeles-1984.

O nado sincronizado olímpico é disputado em duas categorias:

Dueto e Equipe: no mínimo com quatro e no máximo com oito atletas As atletas têm que fazer duas apresentações: Rotina técnica: 2min20s para duetos e 2min50s para equipes, quando precisam efetuar movimentos obrigatórios, estabelecidos pelos árbitros e Rotina livre: 3min30s para duetos e 4min para equipes, quando as atletas efetuam movimentos e formações escolhidas pela equipe.

Das sete edições dos Jogos Olímpicos em que o nado sincronizado participou, a Rússia dominou o pódio, tanto no dueto quanto por equipes, nas últimas quatro. De Sydney-2000, passando por Atenas-2004 e Pequim-2008, até chegar a Londres-2012, as russas levaram para casa todas as medalhas de ouro disputadas.