'O que eu vinha fazendo, não era nada de diferente do que a direção tinha solicitado', diz Damiani
Por Redação Galáticos Online (Twitter - @galaticosonline)
Publicado em 18/05/2018, às 15h45Após mais um revés na temporada, dessa vez diante do Sampaio Corrêa por 3 a 0, pela Copa do Nordeste, sobrou para o diretor de futebol Erasmo Damiani, que foi demitido na noite da última quinta-feira (17), um dia após o resultado negativo. A saída, no entanto, ocorreu antes do esperado pelo profissional, que tinha contrato com o Vitória até o fim de 2019 e acreditava em um trabalho mais longo.
Em entrevista ao UOL Esporte, Damiani disse que o desligamento gerou surpresa pelo simples fato de, nos cinco meses em que esteve à frente do clube, estar fazendo exatamente o que lhe foi pedido pela direção quando foi contratado, em dezembro.
"Toda saída gera uma surpresa, até porque, o que eu vinha fazendo no clube, não era nada de diferente do que a direção tinha solicitado desde quando eu assumi o clube. Você tem um orçamento e tem que trabalhar dentro dele", analisou Damiani, que revelou a dificuldade para montar um elenco competitivo.
"Você assume no dia 14 de dezembro. Ou seja: 15 dias para terminar o ano, quando o mercado brasileiro já estava em ativa. Você tem que contratar jogador, enxugar a folha, entender a política financeira do clube, saber o que pode... Aí você enxuga a folha em 1,2 milhão, e chegam para você: "ó, você pode gastar 500 mil para montar o time para o Estadual", conta.
Segundo o ex-dirigente, jogadores de qualidade técnica deixaram de reforçar o Vitória por simples questões pessoais.
"Aí aparecem alguns nomes bons e, por ser um sistema presidencialista, entra no gosto de direção ou não. 'Ah, esse jogador eu não gosto'. Aí você contrata pelo gosto pessoal, não pela questão técnica. Aí tem um jogador que tecnicamente interessa, mas financeiramente o clube não tem condições. Então você tem que fazer uma reengenharia e começam os altos e baixos de resultado. Sempre vai cair em cima de alguém", desabafou.
Contratado pelo presidente da agremiação, Ricardo David, logo após a sua eleição, Erasmo Damiani admite algumas divergências com o mandatário. Ainda assim, sai sem nenhuma mágoa e agradece ao clube pela oportunidade: "Eu não tenho do que reclamar. Eles são novos, estão assumindo, então tem algumas promessas de campanha que não estavam acontecendo como queriam. Eles queriam uma mudança, mas a condição de mudança não é dada. Não se espera terminar o ano. Se muda no meio. As pessoas querem mudança, mas não te dão a condição das mudanças que querem".
Para Damiani, os resultados obtidos pelo Vitória nesta temporada, especialmente nos últimos jogos, não fugiram muito das expectativas. Até mesmo a derrota para o arquirrival Bahia dentro do Barradão, pelo Baiano, em que o time jogou sem vários titulares por conta da pancadaria no polêmico BaVi anterior.
"Nós perdemos o Campeonato Baiano sem cinco titulares, por conta de todo rolo do BaVi. Qualquer time do Brasil que não tem cinco jogadores, até pelo tamanho do nosso plantel... Aí fomos com o Internacional, perdemos o primeiro jogo, ganhamos na volta, eliminamos o Inter da Copa do Brasil, é um feito. Chegamos nas oitavas. Já foi diferente do que o Vitória tinha conquistado o ano passado [parou na quarta fase após derrota para o Paraná]", recorda.
Já no Brasileirão, o Vitória aparece apenas na 18ª colocação, com quatro pontos em cinco jogos.
"Pegamos o Flamengo em casa no Brasileiro, empatamos, e hoje eles estão liderança a Série A. Aí perdemos do Atlético-MG em Minas, de 2 a 1, que não e nada de anormal, e a coisa ali começou a complicar", diz Damiani sobre a pressão nos bastidores do clube.
Foto: Anderson Matos/Galáticos Online
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